terça-feira, 28 de agosto de 2012

Lição 10 - A perda dos bens terrenos


INTRODUÇÃO
Nesta lição, definiremos o termo “perda”. Destacaremos as fontes por meio das quais o homem pode adquirir bens. Veremos também, que tudo o que possuímos materialmente é transitório, não dura para sempre e nem preenche o vazio da alma. Pontuaremos ainda o que pode levar a pessoa a perder as suas posses. E, por fim, elencaremos quais as atitudes que o cristão deve tomar diante da perda dos bens terrenos.
I – DEFINIÇÃO DE PERDA
Segundo o Aurélio, a palavra “perda” significa: “privação de alguma coisa que se possuía, extravio, sumiço, destruição, ruína, aniquilamento”. Do grego “zemioõ” significa “danificar” ou ainda “sofrer perda, perder”. Em (Mt 16.26 e Mc 8.36), fala de perder a vida; em (Lc 9.25) de prejudicar-se a si mesmo. Já o termo “zemia” significa “dano, perdição”
e é usado acerca de um navio que perdeu sua carga (At 27.10, 21).
II – AS FONTES DOS BENS TERRENOS
2.1 Abenção de Deus. Não resta dúvidas de que Deus concede bençãos materiais: “E a todo o homem, a quem Deus deu riquezas e bens, e lhe deu poder para delas comer e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus” (Ec 5.19). Afinal de contas, Ele é o dono de tudo (Sl 24.1), e outorga riquezas a quem Ele quer (I SM 2.7; Pv 10.22). A exemplo disto temos: Abraão (Gn 24.1), Salomão (I Reis 3.13), Jó (Jó 1.2, 3), Davi (II Sm 12.7,8) entre outros (II Cro 18.1; 32.27).
2.2 Por herança. O homem pode adquirir posses também por herança. O Aurélio diz que herança é “bem, direito ou obrigação transmitidos por via de sucessão ou por disposição testamentária”. Exemplos bíblicos: Nabote (I Re 21.3), Mefibosete (II Sm 9.7).
2.3 Resultado do trabalho. É importante salientar que qualquer pessoa, seja ela crente ou não, que se qualifique, trabalhe, mostre dedicação e se esforce, obterá bons resultados para sua vida material, pois, Deus dispensa a sua benção a todos indistintamente: “E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus” (Ec 3.13). Confira ainda: (Ec 2.24; 5.18, 19; Mt 5.45).
2.4 De forma ilícita. A expressão “ilícita” conforme o Aurélio, quer dizer: “proibido pela lei, ilegítimo”. Não se pode negar que nem todo bem adquirido é licito. Vivemos num país onde existe muita corrupção e têm seduzido muitas pessoas ao “dinheiro fácil”. A Bíblia, no entanto, adverte quanto ao perigo das riquezas obtidas de forma errada, ou seja, conquistados desonestamente: “A riqueza de procedência vã diminuirá, mas quem a ajunta com o próprio trabalho a aumentará” (Pv 13.11). Devemos ter cuidado, pois nem sempre o que é legal é moral (Hc 2.9; Pv 28.20; I Co 5.10; 6.10).
III – A TRANSITORIEDADE DOS BENS TERRENOS
Não é pecado desejar, buscar e adquirir bens terrenos. O pecado consiste em colocar a riqueza como prioridade (Mt 6.24; Lc 12.15; Ef 5.3; Cl 3.5). A Bíblia nos ensina que tudo o que o homem vier a possuir materialmente, não poderá levar para sempre consigo. O apóstolo Paulo asseverou isto quando disse: “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele” (I Tm 6.7). Logo, deve-se destacar três verdades acerca dos bens terrenos:
3.1 Eles são transitórios. Tudo o que possuímos materialmente é transitório (Pv 27.24). O nosso dicionário define esta palavra como: “de pouca duração; passageiro”. Devemos estar conscientes de que os bens terrenos são passageiros, por mais que possamos usufruí-los. As posses estão restritas a esta vida, pois quando partirmos para estar com Cristo, nada levaremos “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. (Ec 9.10).
3.2 Eles não são duradouros. Tudo o que é material se destrói, se corrompe (Tg 5.2,3). Somente os bens espirituais é que são permanentes (I Pe 1.4). Logo, devemos estar atentos para a exortação de Jesus quanto a preocupação exagerada com o acúmulo de bens terrenos, porque eles se estragam: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e
a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mt 6.19).
3.3 Eles não preenchem o homem. Por mais que os bens possam nos conceder regalias, conforto e direitos, eles não conseguem preencher o vazio que há dentro do homem. A Bíblia diz que Zaqueu era um homem que desfrutava de uma alta posição e que era rico (Lc 19.2), porém sentia falta de algo, pois “procurava ver quem era Jesus” (Lc 19.3). De fato, as riquezas atendem algumas necessidades do homem, mas não todas. Por isso Jesus disse: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mt 16.26).
IV – O QUE PODE LEVAR UMA PESSOA A PERDER SEUS BENS
4.1 Falta de sabedoria. A expressão em destaque no grego é “phronesis” que significa: “entendimento, prudência”, ou seja, o uso correto da mente”. Infelizmente, não são poucas as pessoas que por falta de sabedoria acabam perdendo aquilo que possuem. É preciso entender que qualquer coisa boa nas mãos de um falto de entendimento logo se destrói:
“Passei pelo campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto de entendimento, eis que estava toda cheia de cardos, e a sua superfície coberta de urtiga, e o seu muro de pedras estava derrubado” (Pv 24.30,31).
4.2 Falta de Equilíbrio. São muitos os que arruínam suas posses por falta de equilíbrio. É preciso agir com moderação também com aquilo que possuímos. A Bíblia nos relata a história de Nabal, que era um homem muito rico, porém muito duro e maligno (I Sm 25.2,3). Este negou ajudar Davi com suas posses, e Deus lhe feriu por ser avarento e sem compaixão (I Sm 25.37,38). Existe um aspecto do fruto do Espírito, que é implantado no crente regenerado, chamado de temperança (Gl 5.22). Esta palavra no grego é “engkrateia” que nos passa a ideia básica de força, poder ou domínio sobre o ego. Paulo exorta os que possuem riquezas a serem moderados (I Tm 6.8-10; 17-19).
4.3 Provação. Não podemos negar que um crente pode vir a perder suas posses por uma provação. O verbo provar no hebraico é “tsãraph” que quer dizer: “refinar, provar, fundir”. A Bíblia diz que Deus prova os seus (Êx 20.20; Dt 8.2; I CRO 29.17; Sl 7.9; Jo 6.6; At 14.22; I Pe 4.12-19). O patriarca Jó foi acusado por Satanás de servir a Deus com sinceridade, retidão, temor e prudência em troca de sua proteção (Jó 1.9-11). Todavia, Jó, em meio a mais intensa dor de ter perdido riquezas, filhos e saúde, permaneceu firme e glorificou ao Senhor (Jó 1.13-22), provando assim seu amor verdadeiro por Deus (Jó 19.25).
V – COMO LIDAR COM A PERDA DOS BENS TERRENOS
Enquanto estivermos no mundo, estamos sujeitos a passar por momentos difíceis: “No mundo tereis aflições...” (Jo 16.33-a). Enfermidade, morte, violência, privações materiais, perseguições, angústias e outros males podem sobrevir ao crente. No entanto, a Bíblia nos ensina como devemos proceder quando nos depararmos com momentos de perda. Vejamos:
5.1 Tendo fé em Deus. Otermo fé, do hebraico “heemin” e do grego “pisteuõ” é definido pela própria Bíblia como “...o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). É a confiança que depositamos em todas as providências de Deus (Gn 22.8). É a crença de que Ele está no controle de tudo, e que é capaz de manter as leis que estabeleceu (Is 43.13). No livro de Jó encontramos ele perdendo seus bens, no entanto, vemo-lo conservando a sua fé: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25). Semelhante convicção demonstrou o apóstolo Paulo diante das mais severas provações: “Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia” (II Tm 1.12).
5.2 Aceitando a vontade divina. O nosso Deus é Soberano. Isto significa dizer que Ele exerce autoridade absoluta e inquestionável sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus. Portanto, como seus servos devemos aceitar seus desígnios sem questionar (Rm 9.20). É o que nos ensina Jesus Cristo na oração modelo: “... seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu...” (Mt 6.10). Vemos essa submissão a vontade de Deus bem expressa nas palavras de Jó, quando diante de todas as calamidades que lhe aconteceram, disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21).
5.3 Permanecendo firme. Definitivamente, é praticamente impossível viver sem passar por crises, pois a vida é composta inevitalmente de dias maus: “Porém, se o homem viver muitos anos, e em todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade” (Ec 11.8). Logo, o justo pode até vir a abalar-se diante das perdas, porém, deve permanecer firme no Senhor (Ef 6.13). O termo “firme” no grego “bebaios” significa: “estável, seguro”. Por isso, o alicerce da nossa vida não deve estar fundamentado nas posses materiais, e sim, na obediência à Palavra de Deus, porque quando as tempestades nos sobreveem, avaliam a qualidade do nosso alicerce (Mt 7.24-27) e também onde realmente está o nosso coração - se nas coisas materiais ou espirituais: “Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Lc 12.34). Portanto, imitemos a conduta do patriarca Jó diante das perdas que sofreu: “Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1.22).
CONCLUSÃO
O cristão não está isento de sofrer abalos também em sua vida material, fazendo com que venha a perder seus bens (Jó 1.13-19). No entanto, a exemplo dos fiéis servos de Deus, devemos nos posiciar com fé, submissão e firmeza, sabendo que não somos donos do que temos, mas mordomos (I Co 7.30). Cientes de que os bens eternos, são melhores, pois estão guardados em um lugar totalmente seguro, e neles é que o nosso coração deve estar” (Mt 6.20,21).

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Lição 09 - A angustia das dividas


1 Timóteo 6.7-12

I. QUEM É O DONO DO NOSSO DINHEIRO
1. Descobrindo a fonte da bênção das nossas finanças
1.1. Bênção nas finanças vem quando entregamos o que é de Deus (Ml 3.8; Lc 20.25)
1.2. O dízimo é fator de bênção e não de maldição financeira
            . Alguns fazem muitas dívidas que comprometem o que é do Senhor
            . Procure priorizar o reino de Deus (Mt 6.33)
1.3. Creia na promessa da bênção financeira através dos dízimos (Ml 3.10,11)
2. Descobrindo o modo como lidar com a vida financeira
2.1. Seja responsável com o seu salário
2.2. Tenha disciplina no orçamento financeiro
            . Não gaste mais do que ganha
            . Dispense as coisas supérfluas (Is 55.2)
            . Faça bom uso do seu dinheiro
. Você tem o poder do domínio próprio (Gl 5.22)
2.3. Cada família deve elaborar o seu orçamento (Lc 14.28-30)
3. Descobrindo o ponto negativo da vida financeira
3.1. A cobiça é um ponto negativo. Cuidado com ela (Js 7.1-26)
            . Por causa dela muitos perdem a credibilidade           
            . Por causa dela muitos recebem a fama de ‘mau pagador’
3.2. A Palavra de Deus condena a cobiça (Ec 6.7; Pv 27.20)
II. O CONSUMISMO E AS DÍVIDAS
1. As armadilhas para você entrar em dívidas
1.1. Cuidado com os apelos da mídia
1.2. Controle a compulsão (Is 55.2; Lc 15.13,14)
1.3. Adquira, apenas, o que pode pagar
1.4. Somente o insensato compra o que não pode pagar (Pv 21.20)
1.5. Cuidado com as liquidações
2. Amaneira como devemos nos portar diante do consumismo
2.1. Esteja satisfeito em todas as situações (Fp 4.11-13)
            . Isto não quer dizer que você não deva melhorar
            . Cada situação vai exigir uma nova reflexão sobre a vida financeira
2.2. Adquira, apenas, o que for precisar
3. Conselhos para uma vida financeira estável
3.1. Poupe
            . A caderneta de poupança serve como um socorro quando as finanças apertarem
3.2. Fuja das dívidas
            . Fazer dívidas com responsabilidade é diferente de ser levado pela mídia a fazer dívidas.
            . Antes de fazer dívidas, escreva tudo em um papel e veja se pode prosseguir adiante.
3.3. Pense antes de se endividar: ‘Crédito imediato é também dívida imediata’
3.4. Aja com integridade
3.5. Fuja das práticas ilícitas e corruptas (Lc 3.14)
3.6. Nunca desperdice o que você tem (Êx 36.3-7; Jo 6.12)
III. É POSSÍVEL LIVRAR-SE DAS DÍVIDAS
1. O poder do controle está em suas mãos
1.1. Os cartões de crédito, muitas vezes, têm juros abusivos
            . Se bem usados, você sempre fugirá dos juros
1.2. O cheque especial deve ser usado em questões emergenciais, mas, reposto o mais rápido possível
1.3. Pense em situações negativas que podem vir e devem estar no controle do seu orçamento
            . Perda do emprego
            . Enfermidade
2. Como se livrar das dívidas
2.1. Com Sabedoria,
2.2. Com muito planejamento
2.3. Cautela em todo tempo
2.4. Moderação: Deus nos concedeu o 'espírito de moderação' (2Tm 1.7)
2.5. Viva de modo simples, porém tranquilo e santo
2.6. Em todo o tempo: Confie em Deus (Sl 121.2; Gn 21.14-21)
3. O último conselho
3.1. Ter dinheiro não é errado, mas, tome ‘muito’ cuidado

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Lição 07 - A divisão Espiritual no lar


INTRODUÇÃO
            O casamento é uma instituição divina, cujo modelo foi estabelecido por Deus no Éden. Nesta lição, veremos qual  o plano de Deus para a união conjugal; observaremos também qual a perspectiva de Paulo para o casal composto de um cônjuge crente e um não crente; veremos ainda qual deve ser a atitude da mulher cristã para com o seu marido não crente; e, por fim, destacaremos o que pode edificar ou destruir um lar, segundo o sábio Salomão.
I -  CASAMENTO, UMA INSTITUIÇÃO DIVINA
            O casamento não foi estabelecido por uma lei humana, nem inventado por alguma civilização. Ele antecede toda a cultura, tradição, povo ou nação. É uma instituição divina (Gn 1.27-31; Mc 10.6-9). A família começa com o casamento              (Gn 1.28). Quando Deus criou Adão e Eva, ele revelou seu plano para o casamento:
1.1 Heterossexual. O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea. Qualquer união sexual fora desse padrão se constitui violência ao projeto original divino: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gn 1.27).
1.2 Monossomático. Adão e Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne (Gn 1.24).
1.3 União indissolúvel. No projeto de Deus, o casamento é indissolúvel. Ninguém tem autoridade para separar o que Deus uniu. “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.6).
1.4 União monogâmica. A monogamia é o padrão divino para o casamento. Monogamia, é o sistema de constituição familar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só marido “E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele”  (Gn 1.18).
II – A PERSPECTIVA PAULINA PARA O CASAMENTO CRISTÃO
            O apóstolo Paulo em sua primeira carta aos crentes que estavam em Corinto, advertiu os solteiros e viúvos,  que só deveriam se casar com alguém que professasse a mesma fé, isto é, o casamento do crente deve ser no Senhor (I Co 7.39). No entanto, o apóstolo abrange também as pessoas que são casadas e, depois do casamento, um dos cônjuges se converte ao Evangelho e o outro não. As “regras” são diferentes quando somente um cônjuge é cristão. Para este caso Paulo usa a expressão “...digo eu, não o Senhor...” a fim de referir-se a esta situação específica do casamento que não se trata de uma mera opinião do apóstolo, antes, porém, está declarando que não tem uma citação de Jesus por meio da qual ele pudesse apoiar o seu ensino. Todavia, o que ele passa a escrever, procede de quem tem autoridade apostólica, sob a inspiração divina (I Co 7.25, 40; 14.37). Para este caso, ele dá o seguinte parecer:
2.1 Se o(a) cônjuge descrente consente morar, não o deixe. Ser crente não muda a aliança do casamento, que é indissolúvel (Mt 19.6; Rm 7.2; I Co 7.39). A ordem de Paulo segue o padrão divino para o casamento (Gn 2.24). Portanto, o crente, seja o marido ou a mulher, não tem o direito de iniciar um divórcio em tais casos. O membro cristão deve continuar vivendo em fidelidade amorosa ao cônjuge descrente, contanto que o descrente mostre boa vontade em continuar com o casamento “Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, NÃO A DEIXE. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, NÃO O DEIXE (I Co 7.12,13). 
2.2 O cônjuge descrente é santificado pelo esposo(a). O apóstolo ainda deixa claro que continuar na relação do casamento com um cônjuge descrente não contamina o crente. Pelo contrário, a fé do crente em Jesus tem uma influência santificadora na relação “Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido (I Co 7.14). O crente já está santificado, pois é um santo separado por Deus e para Deus e o descrente participa dessa santificação, mas não em sentido de salvação. Ou seja, o cônjuge não crente não será salvo por que sua esposa é crente, mas ele poderá ser salvo por meio da esposa, pois ela pode ser o canal através do qual ele venha a ser redimido (I Co 7.16). Esse texto, bem como                   (At 16.31), não deve ser visto como uma promessa, e sim como uma possibilidade.          
2.3 Os filhos são santos. Segundo Paulo, a santificação do crente estende-se igualmente aos filhos do casamento, eles são “santos”, não “imundos” (I Co 7.14). Ou seja, a influência santificadora do pai ou da mãe crente torna os filhos santos no sentido de pertencerem ao Senhor e poderem ser conduzidos à sua presença para serem abençoados. Podemos ver claramente este exemplo na vida de Timóteo que possuia uma mãe judia, porém seu pai era grego (At 16.1). Eunice, a mãe de Timóteo, contribuiu muito na formação moral e espiritual de seu filho (II Tm 1.5; 3.15), de modo que as pessoas de sua cidade lhe davam bom testemunho (At 16.2), além de ter se tornado um bom obreiro, que auxiliou Paulo no desenvolvimento da obra de Deus (Rm 16.1).
III – COMO AGIR COM O CÔNJUGE NÃO CRENTE
            É notório que nem todo cônjuge não crente aceita de bom grado a conversão da esposa. Muitas vezes existe resistência, perseguição, sofrimentos e angústia dentro do lar. Isto fora profetizado por Jesus (Mt 10.34). O apóstolo Pedro aconselhou de forma detalhada às esposas crentes (I Pe 3.1). Subentende-se que as mulheres eram bem mais numerosas que os homens nas igrejas às quais ele deu estas instruções. Isso nos parece bem atual. Por isso, nessa epístola, o apóstolo deixa claro que não desejava que as mulheres cristãs fizessem de sua fé cristã um motivo para interromperem o seu estado matrimonial. Antes que usassem-na para firmarem mais ainda o seu lar, tornando-o cristão. Vejamos as orientações do servo de Deus detalhadamente:
3.1 “...sede sujeitas”. A expressão em destaque no grego é “hupotassõ” que quer dizer: “submeter-se; obedecer”. O apóstolo Pedro está exortando as mulheres cristãs que se submetam ao seu próprio marido. Tal recomendação fora feita também pelo apóstolo Paulo (Ef 5.22; Cl 3.18). Deve-se entender que Deus estabeleceu a família como unidade básica da sociedade. Toda família necessita de um dirigente. Por isso, Deus atribuiu ao marido a responsabilidade de ser cabeça da esposa e da família                (Ef 5.23). Esta sujeição quer dizer também que a mulher deve cumprir o seu dever para com o esposo, como por exemplo: amando-o (Tt 2.4), respeitando-o (Ef 5.33), ajudando-o (Gn 2.18), vivendo de forma pura (Tt 2.5), com um espírito manso e quieto (I Pe 3.4), sendo uma boa mãe (Tt 2.4) e dona de casa (I Tm 2.15; 5.14; Tt 2.5).
3.2 “...pelo procedimento de sua mulher”. Certo pensador já dizia: “As palavras ensinam, mas os exemplos arrastam”. De fato, nada impressiona mais o não crente que ver a transformação na vida de uma pessoa. Muito mais ainda se tratando da sua esposa. Se antes de Cristo a mulher era insubmissa, e, por isso, vivia em constantes brigas com seu marido não crente, após a conversão sua atitude deverá ser diferente (II Co 5.17), o que por certo resultará no louvor a Deus pelas obras que evidenciam sua salvação (Mt 5.16). Se antes de Cristo o casal discutia, agora, em Cristo, a mulher procura não revidar, pois aprendeu com Cristo a pagar o mal com o bem (Rm 12.21). Se o marido resiste ouvir o evangelho, ele não deixará de ver o testemunho vivido na prática por sua esposa, o que poderá resultar na sua conversão “...para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo procedimento de suas mulher seja ganho sem palavra (I Pe 3.1).
3.3 “Considerando a vossa vida casta (honesta), em temor”. O termo honesto no grego “kalos” quer dizer: “algo bom, admirável, conveniente, decoroso, justo, honrável”. Pedro destaca que a mulher crente deve estar livre das influências imorais e corruptas do paganismo, incluindo os pecados e os desvios sexuais, mas, também, qualquer contato com as maneiras do viver com os excessos de várias modalidades (I Pe 4.2-4).Portanto, neste presente século onde há tanta promiscuidade e infidelidade conjugal, o cristão casado deve mostrar-se santo e fiel ao compromisso que assumiu com seu cônjuge, honrando-o diante de Deus e dos homens, ornando a doutrina na qual foi instruído (Tt 2.10).
IV – EDIFICANDO OU DESTRUINDO O LAR
            O ser humano tem a capacidade de pensar e de agir, tendo como única motivação a sua vontade - isto é livre arbítrio. Portanto, devemos estar cientes de que nossas atitudes podem gerar efeitos positivos, se foram tomadas com sabedoria; e negativos, se foram feitas com imprudência. O sábio Salomão aplicou essa realidade a construção do lar quando asseverou: “Toda mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos”. (Pv 14.1)
4.1 Amulher sábia edifica. O verbo em destaque no hebraico é “bãnãh” que significa “construir, fundar, estabelecer”. Isso indica que assim como precisamos investir trabalho, esforço e dedicação na construção de uma casa, semelhantemente na construção de um lar; mas, devemos construir com sabedoria. O termo “sábio” do hebraico “kãhãm” quer dizer “dotado, hábil”. Quem é casado com o cônjuge não crente deve pedir a Deus para lhe dotar de sabedoria  (Tg 1.5), a fim de que possa edificar o seu lar (Pv 31.10-31).  
4.2 Amulher tola destrói. A expressão “destruir” no hebraico “shahat” significa: “corromper, deteriorar, arruinar, desfazer”.Se o cristão não for cauteloso, corre o risco de ver o seu lar ser arruinado.Por exemplo,há algumas pessoas que usam como pretexto a obra do Senhor para esquivarem-se de seus compromissos com a sua casa, deixando de dar a devida assistência a sua família, dando ocasião para que o inimigo venha destruir seu casamento (I Co 7.33,34). O termo “tola” do hebraico “kesil” quer dizer “insensata”, ou seja, “falta de senso”. Quando o cônjuge é insensato, trás prejuízo para si e para seu lar. Daí o sábio Salomão dizer que “a mulher tola a derruba com as próprias mãos”.
CONCLUSÃO
            Concluímos dizendo que Deus não quer que a pessoa após converter-se se divorcie, porque seu cônjuge não é crente            (I Co 7.10), pelo contrário, se o marido ou a mulher descrente consente em habitar com seu cônjuge, diz Paulo que devem permanecer juntos (I Co 7.12). Portanto, quem vive nessa condição, deve buscar de Deus sabedoria para que possa administrar com bom senso o seu lar e o seu casamento, a fim de que possa permanecer casado e seu esposo ou sua esposa, seja juntamente com seus filhos conduzidos a Cristo.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Lição 06 - A despensa vazia


INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição que Deus cuida dos seus filhos quando estão em necessidades e aflições (Sl40.17; 70.5; 14.6; Is 41.14; 25.4). Tanto no AT quanto no NT, a compaixão pelos necessitados e o cuidado por eles são evidência da fé genuína em Deus (Êx 22.22-24; Dt 10.18; 14.29; Jó 29.12; Tg 1.27). O Senhor cuida de cada um de seus servos (Mt. 6:24-34). Aqui entra a questão: Se existem privações, de que forma Deus trata com elas? Baseados nas Escrituras, podemos crer que Ele nos ajuda em nossas dificuldades, pois a Bíblia apresenta os precedentes necessários a essa certeza. Ele tem o poder de providenciar os recursos necessários à nossa subsistência (Êx 16.15; 2Rs 4.42-44; 1Rs 17.8-16).
I – CONCEITUANDO A PALAVRA NECESSIDADE
Segundo o Dicionário VINE (2002, p. 815) "necessidade" no grego é a palavra "ananke" que se refere a: "dificuldade, angústia, sofrimento, dor" (1Co 7.37; 9.16; 2Co 9.7; 6.4; 12.10). A palavra grega "chreia" denota "ter necessidade de algo, precisar de alguma coisa" (Mt 3.14; 6.8; 9.12; 14.16; Mc 14.63; Lc 5.31; 22.71; Ef 4.28; 1Ts 4.9). Já a palavra para "necessitado" no hebraico é: "ebyon" é alguém que é
pobre em sentido material (Êx 23.11; Jó 30.25; 31.19; Sl 132.15).
II – DEUS NOS CONSOLA NA NECESSIDADE
O fundamento do ensino da suficiência divina é que o Pai Celeste nos supre de todas as necessidades (Fp 4.19). Através de sua Palavra, o Senhor demonstra todo o seu amoroso cuidado para com os seus filhos (Sl 145.9; Mt 6.26), provendo-lhes o necessário para que tenham uma vida digna (Gn 24.48,56). Por conseguinte, o cristão precisa conscientizar-se que Deus jamais abandonará os seus filhos (1 Cr 29.12).
2.1 O Senhor Deus é o nosso defensor. Ele mesmo revela ser o refúgio (Sl 14.6; Is 25.4), o socorro (Sl 40.17; 70.5; Is 41.14), o libertador(1Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e provedor (cf. Sl 10.14; 68.10; 132.15).
2.2 Ao revelar a sua Lei aos israelitas, Deus mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu Deus, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). Por isso Deus, na sua Lei, proíbe a cobrança de juros nos empréstimos aos pobres (Êx 22.25; Lv 25.35,36; Dt 24.14,15; Lv 19.10; Dt 24.19-21;Lv 19.9; Lv 25.8-55).
2.3 Deus nos consola em todas as nossas dificuldades (II Co1.4a). O fato de sermos cristãos não nos isenta de passarmos por necessidades e tribulações. “...no mundo tereis aflições...” (Jo 16.33). Por isso, Paulo disse: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (II Co 4.8,9).
III – TAMBÉM DEVEMOS CONSOLAR AOS NECESSITADOS
No NT, Deus também ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e necessitados, especialmente pelos domésticos na fé.
3.1 Somos consolados para também consolarmos a outros. Acerca disso, Paulo diz: “...para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação...” (II Co 1.4b). As dificuldades que Paulo enfrentou não foram uma forma de castigo por algo que ele havia feito, e sim, um treinamento para capacitá-lo a ajudar a outros (Pv 19,17; 21:13).
3.2 Devemos consolar com a mesma consolação que somos consolados. O apóstolo diz que devemos consolar “... com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” (II Co 1.4c). A palavra “consolar” aqui é “paraklesis” e significa “colocar-se ao lado de uma pessoa, encorajando-a e ajudando-a em tempos de aflições”. “Por isso fomos consolados pela vossa consolação...” (II Co 7.13; Tg 2.14-17; 1Jo 3.17).
IV – A BÍBLIA ENSINA QUE DEVEMOS AJUDAR AOS NECESSITADOS
Diversos são os fatores que podem levar uma família a passar necessidades: desemprego, doenças, ausência de um provedor ou descaso por parte dos responsáveis para com seus dependentes. Lembremo-nos de que essas coisas podem acontecer tanto para os que temem ao Senhor quanto para os que não o temem. No NT podemos observar alguns exemplos de generosidade praticada para amenizar o sofrimento de algumas pessoas. Vejamos alguns exemplos:
4.1 Jesus ensinou ajudar aos necessitados. Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser Jesus (Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11- 15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31).
4.2 Jesus espera que seu povo contribua generosamente com os necessitados (Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava (Jo 12.5,6; 13.29; Mt 19.21; Lc 12.33; 14.12-14,16-24; 18.22). Uma das exigências de Cristo para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede, e acham-se nus (Mt 25.31-46).
4.3 O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados (At 11.28-30; Rm 15.26; 1Co 16.1-4; 2Co 8;9; Rm 12.8; 1Tm 6.17-19). Vejamos o que diz Paulo em Filipenses 4:12 “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade”.
4.4 Aprática da Igreja primitiva era de ajudar. Naquela Igreja os cristãos vendiam suas propriedades e havia uma distribuição de bens entre os necessitados, “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” ( At 2:42).
4.5 Os macedônios. Paulo testemunha que os macedônios fizeram tudo quanto puderam, segundo o que se esperavam deles; atenderam aos apelos na medida de suas posses. “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.” (II Co 9:7). Portanto em tudo isso eles se mostravam voluntários, pedindo que participassem das necessidades dos santos. (II Co 8:14-15; Ef 4:28; Tt 3:14).
4.6 Aprática na Igreja de Corinto. apóstolo Paulo encorajou aquela Igreja a prática de generosidade entre os necessitados. Apesar de algumas virtudes da Igreja em Corintio, era necessário a prática da generosidade entre os cristãos daquela época “Portanto, assim como em tudo abundais em fé, e em palavra, e em ciência, e em toda a diligência, e em vosso amor para conosco, assim também abundeis nesta graça”.
(II Co 8:7).
V – EXEMPLOS BÍBLICOS DE COMO DEUS SUPRE AS NECESSIDADES
 Deus proveu a Israel no deserto, tanto a carne, como o pão e a água (Êx 16.15; Sl. 78:23-29);
 Deus proveu por um certo tempo tanto o pão como a carne ao profeta Elias (1 Re 17:2-6);
 Deus proveu a multiplicação da farinha e do azeite da viuva de Sarepta (1 Re 17:8-16);
 Deus operou um milagre a favor da viúva de um discípulo dos profetas (2 Re 4:1-7);
 Deus proveu comida para a multidão (Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17; Jo 6.1-15);
 Deus proveu as necessidades do apóstolo Paulo (Fl. 2:29-30 ; 4:15-18; 2 Cor. 9, 12; 11:9);
 Deus proveu as necessidades da igreja do primeiro século (At 4.32, 36-37; 2Co 8.14-15; Ef 4.28).
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição, que devemos confiar em Deus independentemente de qualquer situação em nossa vida, pois, a sua Palavra nos garante que ELE cuida de cada um de nós (Mt. 6:25-34).