sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Comentário - Lição 02 Elias, o Tisbita


TEXTO ÁUREO
"E ele lhes disse: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras? E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tisbita"  (2 Rs 1.7,8). 

VERDADE PRÁTICA
A vida de Elias é uma história de fé e coragem. Ela revela como DEUS soberanamente escolhe pessoas simples para torná-las gigantes espirituais.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – 1 Rs 18.36 O DEUS de Elias
Terça – 1 Rs 18.41-45 A fé de Elias
Quarta – 1 Rs 17.1 A vocação de Elias
Quinta – 2 Rs 9.35,36 A natureza do ministério de Elias
Sexta – 1 Rs 18.18 A função social do profeta Elias
Sábado – Mt 17.10-13 O lugar de Elias nas Escrituras

PALAVRA-CHAVE - VOCAÇÃO: ESCOLHA - CHAMAMENTO - DISPOSIÇÃO


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Reis 17.1-7
1 Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra. 2 Depois, veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo: 3 Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. 4 E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. 5 Foi, pois, e fez conforme a palavra do SENHOR, porque foi e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. 6 E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro. 7 E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha havido chuva na terra.

Observações minhas:
DEUS usa homens que não se misturam e nem seguem os padrões do mundo
Elias era um professor de profetas na escola de profetas que diferenciava muito de nossas EBD’s pois ali se estudava a palavra de DEUS, mas também se jejuava muito, se orava muito e se buscava a comunhão e a intimidade com DEUS.
Não existe presença de DEUS sem sacrifício.
Não se ministra milagres e nem se confia na confirmação de DEUS de nosso ministério sem os três ingredientes principais de um verdadeiro profeta de DEUS - Jejum, oração, estudo da Palavra de DEUS.
Elias dava a impressão de viver separado da sociedade, mas não é verdade, Elias era super conhecido pelos alunos da escola de profetas e por Acabe e Jezabel, era conhecido e reconhecido por todos como profeta de DEUS. Não participar de festas e nem de reuniões com descrentes ou com apóstatas é importante para que se possa ser um legítimo instrumento de DEUS.
A Igreja tem colocado seus profetas em último lugar no ministério, tem procurado calar a voz de DEUS no meio da Igreja, principalmente por temer a revelação das falcatruas ocultas de seus líderes e também não são reconhecidos para que não sejam sustentados pela Igreja.

Na época de Elias o governo gastava fortuna para sustentar seus 400 profetas de baal e mais uma multidão de profetas de Asera e de outros deuses como Moloque. O dinheiro que vinha de impostos estava sendo usado para financiar a religião oficial do governo (Acabe e Jezabel) e não para ajudar aos pobres e necessitados.

16.7 O PROFETA JEÚ. Quando o povo de DEUS, a começar dos líderes, abandonou o caminho do Senhor e adotou os caminhos pecaminosos dos cananeus, DEUS enviou-lhe profetas para lhe proclamar a sua verdade e justiça. Os profetas do Senhor são também uma necessidade hoje.
16.30 ACABE. O pecado e a iniquidade avolumaram-se cada vez mais no reinado de Acabe. Imperavam a rebeldia insolente e a dureza de coração contra os mandamentos de DEUS. Cresceu a adoração a Baal. Diante de tal apostasia, DEUS enviou o poderoso profeta Elias a Israel, para lutar contra esse sistema religioso corrupto e proclamar o propósito de DEUS para o seu reino (17.1)

ELIAS.
Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acabe e do seu filho Acazias. O nome Elias, que significa "o Senhor é meu DEUS", fala da convicção inabalável que destacou esse profeta (18.21,39). Os fatos principais da sua vida acham-se em 1 Rs 17-19; 21.17-29; 2 Rs 1-2.
(1) A vida de Elias girou em torno do conflito entre a religião do Senhor e a religião de Baal. Sua missão era levar os israelitas a reconhecerem sua apostasia e reconduzi-los à fidelidade ao DEUS de Israel (18.21,36,37). Elias era pois um restaurador e um reformador, empenhado em restabelecer o concerto entre DEUS e Israel.
(2) O AT no seu final, registra a profecia que Elias reaparecerá "antes que venha o dia grande e terrível do SENHOR" (Ml 4.5); esta profecia cumpriu-se parcialmente em João Batista (Mt 11.7-14; Lc 1.17) e poderá ter um cumprimento futuro antes da volta de CRISTO (cf. Mt 17.11; Ap 11.3-6; ver Ap 11.3).
(3) A fidelidade inabalável de Elias a DEUS e ao seu concerto, faz dele para todo o sempre, um exemplo de fé, destemor e lealdade a DEUS, ante intensa oposição e perseguição, e um exemplo de resoluta persistência em opor-se às falsas religiões e aos falsos profetas.
Em 1Rs 17.1 NEM ORVALHO NEM CHUVA HAVERÁ. Elias, na qualidade de mensageiro de DEUS, pronunciou uma palavra de juízo da parte do Senhor contra a nação rebelde de Israel. DEUS ia reter a chuva durante três anos e meio (cf. Dt 11.13-17). Esse juízo humilhava Baal, pois seus adoradores criam que ele controlava a chuva e que era responsável pela abundância nas colheitas. O NT declara que essa seca em Israel resultou das ferventes orações de Elias (Tg 5.17).
Em 1Rs 17.4 EU TENHO ORDENADO AOS CORVOS QUE ALI TE SUSTENTEM. DEUS sustentou Elias junto ao ribeiro Querite, porque esse profeta tomara posição firme ao lado de DEUS contra a apostasia do povo (vv. 3-7; cf. Sl 25.10). Assim, como Elias sustentou a luta pela causa de DEUS, o Senhor cuidaria agora da sua causa, i.e., sua subsistência (cf. Sl 68.19,20).
Em 1Rs17.7 O RIBEIRO SE SECOU. Quando o ribeiro se secou, DEUS dirigiu Elias a ir a uma terra pagã, habitada por adoradores de Baal, e ali DEUS o sustentou através de uma viúva pobre (v. 9). Tal experiência reforçou ainda mais a confiança que Elias tinha na providência divina. Às vezes nos surgem adversidades, mesmo quando estamos na vontade de DEUS. Em meio a experiências deste tipo, DEUS poderá nos assistir de uma maneira diferente e maravilhosa, além do que podemos esperar.
Em 1Rs 17.15 E ASSIM COMEU ELA... E A SUA CASA MUITOS DIAS. DEUS estava atento às necessidades e aflições de uma viúva pobre. Ele enviou Elias para fortalecer-lhe a fé e trazer-lhe bênçãos materiais no momento em que ela julgava que tudo estava perdido (v. 12). A fé que essa viúva tinha em DEUS e na sua palavra, através do profeta Elias, levou-a a permutar o certo pelo incerto, e o visível pelo invisível (vv. 10-16; cf. Hb 11.27). A viúva crente recebeu do profeta de DEUS, não somente uma bênção material, como também uma bênção espiritual.
Em 1Rs 17.17 O FILHO... NELE NENHUM FÔLEGO FICOU. Aqui ficamos perplexos ante um dos mistérios mais intrincados da vida. Precisamente no momento em que DEUS, por um milagre, estava a prover farinha e azeite, surgiram aflição e tristeza. Às vezes, enfermidade ou tragédia ainda maior pode ocorrer à quem está fazendo a vontade de DEUS e grandemente ocupado na obra do seu reino.
Em 1Rs 17.22 O SENHOR OUVIU A VOZ DE ELIAS. DEUS restaurou a vida do menino em resposta à oração de Elias. Este é o primeiro caso bíblico de alguém ressuscitado dentre os mortos (2 Rs 4.34; At 20.10). Os três milagres relatados no cap. 17 manifestam notavelmente a glória e o amor de DEUS. Demonstraram a Elias e à viúva que, no meio de circunstâncias trágicas, o poder e o amor de DEUS estão em evidência a favor daqueles que o amam e que são chamados segundo o seu propósito (ver Rm 8.28).

Em 1 Rs 18.18 DEIXASTES OS MANDAMENTOS DO SENHOR. O modo corajoso de Elias falar a Acabe e denunciar a impiedade de Israel fez dele um profeta exemplar, e a pessoa mais qualificada para ser o protótipo do precursor do Senhor JESUS CRISTO (cf. Ml 4.5,6; Lc 1.17). (1) Era um verdadeiro "homem de DEUS" (17.24), que falava, não para agradar às multidões, mas como um servo fiel de DEUS (cf. Gl 1.10; 1 Ts 2.4; ver Lc 1.17). (2) Assim como Elias foi chamado para mostrar quem é o verdadeiro DEUS de Israel, todos os ministros do novo concerto são chamados para defender o evangelho de CRISTO contra distorções, transigência com o mal e desvio doutrinário (ver Fp 1.17; Jd v. 3).
Em 1 Rs 18.21 SE O SENHOR É DEUS, SEGUI-O. Elias desafiou o povo a fazer uma escolha definitiva entre seguir a DEUS ou a Baal (cf. Ez 20.31,39). Os israelitas achavam que podiam adorar o DEUS verdadeiro e também Baal. O pecado deles era o de terem o coração dividido (cf. Dt 6.4,5), querendo servir a dois senhores. O próprio CRISTO advertiu contra essa atitude fatal (Mt 6.24; cf. Dt 30.19; Js 24.14,15).
Em 1 Rs 18.27 ELIAS ZOMBAVA DELES. Elias ao zombar dos profetas de Baal, revela sua ardente indignação ante a idolatria imoral e vil que Israel adotara. Sua ironia e sua atitude intransigente, expressavam sua inalterável lealdade ao DEUS, a quem ele amava e servia. Compare a reação de Elias com a ira e determinação de JESUS, ante a profanação do templo (ver Lc 19.45).
Em 1 Rs 18.36 ELIAS... DISSE: Ó SENHOR, DEUS DE ABRAÃO. A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei (vv. 16-19), sua repreensão a todo o Israel (vv. 21-24) e seu confronto com os 450 profetas de Baal (vv. 19, 22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em DEUS. Vemos sua confiança em DEUS na brevidade e simplicidade da sua oração (41 palavras em hebraico), (vv. 36,37)
Em 1 Rs 18.37 TU FIZESTE TORNAR O SEU CORAÇÃO PARA TRÁS. O propósito de Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar a graça de DEUS para com o seu povo. Elias queria que o povo se voltasse para DEUS (v. 37). Semelhantemente, João Batista, o "Elias" do NT (ver 17.1), tinha como alvo levar muitos a buscarem a DEUS, como preparação para o advento de CRISTO.
Em 1 Rs 18.38 ENTÃO, CAIU FOGO DO SENHOR. O Senhor milagrosamente produziu fogo para consumir o sacrifício de Elias (cf. 1 Cr 21.26; 2 Cr 7.1). Esse milagre vindicou Elias como profeta de DEUS e comprovou que somente o Senhor de Israel era o DEUS vivo, a quem deviam servir. De modo semelhante, o crente deve orar, com fé, pela manifestação divina em seu meio, mediante o ESPÍRITO SANTO (ver 1 Co 12.4-11; 14.1-40).
Em 1 Rs 18.40 E ALI OS MATOU. Note os seguintes fatos a respeito da matança dos profetas de Baal: (1) A sentença de morte contra eles era justa, pois foi executada em obediência à lei de Moisés (Dt 13.6-9; 17.2-5). O NT não contém qualquer mandamento similar. Ele proíbe a ação repressora contra os falsos mestres (Mt 5.44), embora DEUS ordene a sua rejeição e, que nos separemos deles (Mt 24.23,24; 2 Co 6.14-18; Gl 1.6-9; 2 Jo.7-11; Jd.3,4)(2) A ação de Elias contra os falsos profetas de Baal representava a ira de DEUS contra os que tentavam destruir a fé do seu povo escolhido, e privá-lo das bênçãos divinas, e também expressava o amor e a lealdade do próprio Elias por seu Senhor. (3) A destruição dos falsos profetas por Elias manifestava, também, profunda preocupação pelos próprios israelitas, uma vez que estavam sendo destruídos espiritualmente pela falsa religião de Baal. JESUS manifestou idêntica atitude (Mt 23; Lc 19.27), assim como também o apóstolo Paulo (Gl 1.6-9; ver Gl 1.9). Note, ainda, que a ira de DEUS será derramada sobre todos os rebeldes e impenitentes "no dia da ira e da manifestação do juízo de DEUS" (Rm 2.5; cf. 11.22; Ap 19.11-21; 20.7-10).
Em 1 Rs 18.42 ELIAS... METEU O SEU ROSTO ENTRE OS SEUS JOELHOS. De Elias, o NT cita sua fé e oração perseverante como exemplo e estímulo para o povo salvo, no tocante ao poder da oração (Tg 5.18). A oração de Elias era: (1) a oração de um justo (Tg 5.16; cf. Sl 66.18), (2) a oração de um homem, de natureza humana semelhante à nossa (Tg 5.17), (3) a oração da fé, sincera e persistente (vv. 18.42-44; Tg 5.17; cf. Mt 21.21,22; Mc 9.23; Lc 18.1; Ef 6.18; Hb 11.6), e (4) a oração de muita eficácia (v. 45; Tg 5.16,17)
Em 1 Rs 18.43 TORNA LÁ SETE VEZES. O número sete nas Escrituras, simboliza algo integral e completo. Neste capítulo Elias entregou-se a uma intercessão completa, sob três aspectos: (1) intercedeu para restaurar o altar e a honra de DEUS na terra (vv. 21,24,30-39); (2) intercedeu, travando uma guerra espiritual contra a falsa religião e culto de Baal e Asera (vv. 19,27,40); e (3) intercedeu com DEUS, em oração intensa e persistente, suplicando chuva copiosa (vv. 41-46). Visto que o AT compara o derramamento do ESPÍRITO com o derramamento de chuva (e.g., Os 6.1-3; Jl 2.23-29), o confronto de Elias com o baalismo ilustra os três tipos principais de intercessão que devem caracterizar a oração intercessória do povo de DEUS: (1) intercessão pela restauração da glória e honra de DEUS e por um avivamento espiritual entre o seu povo; (2) intercessão pela guerra espiritual contra as fortalezas demoníacas; e (3) intercessão pela sequidão espiritual, para que ela seja tragada pelo derramamento do ESPÍRITO de DEUS e pelo despertamento espiritual.

Em 1 Rs 19.3 ELE [ELIAS], SE LEVANTOU, E, PARA ESCAPAR COM VIDA, SE FOI. À expressão da fé de Elias, e às suas vitórias sobrenaturais, no cap. 18, seguiram-se o medo, a fuga para salvar a vida e o desânimo, tudo resultando do propósito de Jezabel de destruir a vida do profeta (v. 2). (1) Posto que Elias não recebera nenhuma mensagem do Senhor para permanecer em Jezreel, sua presença ali significava arriscar desnecessariamente a sua vida (cf. 18.1). Seguiu então para o monte Horebe (i.e., o monte Sinai). (2) A retirada forçada de Elias para o território de Judá e o deserto é um exemplo daqueles que "por causa da justiça" (ver Mt 5.10) são maltratados e forçados a andar errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra (Hb 11.37,38). De maneira semelhante a Elias, há profetas que tiveram de deixar suas igrejas; pregadores, os seus púlpitos; professores, as suas salas de aula; e leigos, os seus empregos; por se posicionarem contra o pecado, por falarem segundo a Palavra de DEUS, e seguirem o caminho da justiça, por amor do nome de DEUS. Grande é o seu galardão no céu (Mt 5.10-12).
Em 1 Rs 19.4 TOMA AGORA A MINHA VIDA. Elias tomado de cansaço, desânimo, tristeza, orou pedindo a DEUS que Ele o dispensasse do pesado ministério profético e o deixasse partir para o descanso celestial. (1) Os sentimentos de Elias não eram muito diferentes dos do (a) apóstolo Paulo, quando afirmou ter "desejo de partir e estar com CRISTO" (Fp 1.23), ou (b) dos heróis da fé, que "desejam uma [pátria] melhor, isto é, a celestial" (Hb 11.16; ver também Moisés, em Nm 11.15). (2) Algumas das razões de estar Elias profundamente desanimado. (a) Aparente fracasso: ele esperava a conversão de todo o Israel, e possivelmente, até mesmo de Jezabel; mas agora, pelo contrário, tinha que fugir para salvar sua vida. A esperança, a labuta e o esforço da sua vida inteira findavam agora em fracasso, conforme parecia (vv. 1-4). (b) Solidão: julgava ser ele o único que batalhava pela verdade e justiça de DEUS (v. 10; cf. Paulo, 2 Tm 4.16). (c) Exaustão física depois de uma longa e árdua viagem (vv. 3,4; 18.46).
Em 1 Rs 19.5 UM ANJO O TOCOU. DEUS cuidou do desalentado Elias de modo compassivo e amorável (Hb 4.14,15). (1) Permitiu que Elias dormisse (vv. 5,6). (2) Fortaleceu-o com alimentos (vv. 5-7). (3) Propiciou-lhe uma revelação inspiradora do seu poder e presença (vv. 11-13). (4) Concedeu-lhe nova revelação e orientação (vv. 15-18). (5) Deu-lhe um companheiro fiel e fraterno (vv. 16,19-21). Noutras palavras, quando o filho de DEUS enfrenta o desânimo, no desempenho que DEUS lhe confiou, ele pode suplicar a DEUS, em nome de CRISTO, que lhe dê força, graça e coragem, e os capacite diante de tais situações (Hb 2.18; 3.6; 7.25).
Em 1 Rs 19.8 QUARENTA DIAS E QUARENTA NOITES. Alguns consideram o jejum aqui mencionado, bem como o de Moisés (Êx 34.28) e o de JESUS (Mt 4.2), como casos de jejuns prolongados. Porém, os casos acima não são de jejum no sentido comum. Moisés, na presença de DEUS e envolvido na nuvem, foi sustentado de modo sobrenatural. Elias foi alimentado duas vezes de modo sobrenatural, o que lhe propiciou forças durante quarenta dias (vv. 6-8). JESUS foi levado pelo ESPÍRITO ao deserto, e não sentiu fome a não ser depois de quarenta dias (ver Mt 4.2; 6.16).
Em 1 Rs 19.11,12 EIS QUE PASSAVA O SENHOR. Para animar Elias e fortalecer a sua fé, DEUS o visitou no monte Horebe (i.e., o monte Sinai, o monte da revelação). Essa visitação foi acompanhada de um forte vendaval, um terremoto e fogo, mas o Senhor não estava em nenhuma dessas coisas. Pelo contrário, a revelação de DEUS veio através de "uma voz mansa e delicada". Elias pôde ver que a obra de DEUS avança e prossegue, "não por força, nem por violência, mas pelo meu ESPÍRITO, diz o SENHOR dos Exércitos" (Zc 4.6). De modo algum, DEUS abandonara seu profeta, nem o seu povo fiel. Pelo seu ESPÍRITO e pela palavra eterna, Ele traria a redenção, a justiça e a salvação eternas.
Em 1 Rs 19.16 A ELISEU... UNGIRÁS PROFETA. DEUS mandou Elias ungir Eliseu como seu sucessor. Note que não somente sacerdotes e reis eram ungidos para seus respectivos cargos, mas também profetas, Eliseu iria (1) auxiliar Elias, (2) auxiliar Hazael, rei da Síria, e Jeú, rei de Israel, a derrotar os inimigos de DEUS (vv. 16,17), e (3) proclamar a palavra de DEUS ao remanescente fiel (v. 18). Os ministérios de Elias e Eliseu abrangeram um período de 75 anos (875-800 a.C., durante os reinados de Acabe, Acazias, Jorão, Jeú, Jeoacaz e Jeoás). Eliseu foi um fiel servidor do profeta ancião e ficou conhecido como aquele "que deitava água sobre as mãos de Elias" (2 Rs 3.11).
Em 1 Rs 19.18 EM ISRAEL SETE MIL. Os sete mil de Israel, que não dobraram os joelhos a Baal, são parte dos fiéis sofredores, em todas as gerações, livres de apostasia, de transigência com o erro e de mundanismo entre o povo de DEUS, e que perseveram no amor, na fé e na obediência a DEUS e à sua Palavra. São os que fogem dos maus caminhos do mundo, que lavaram as suas vestes e as embranqueceram no sangue do Cordeiro (Ap 7.14), que são perseguidos por amor à justiça (Mt 5.10) e que permanecem firmemente no caminho estreito (Mt 7.14). Do começo ao fim das Escrituras, é o remanescente fiel e vencedor que é conhecido pelo Senhor (2 Tm 2.19). DEUS promete guardar esse remanescente leal, pelo seu poder, através da fé (1 Pe 1.5), e o Cordeiro os conduzirá ao lar celestial (Ap 7.17).

Em 1Rs 20.35 FILHOS DOS PROFETAS. Trata-se dos discípulos dos profetas, que eram ensinados pelos profetas de mais idade e de renome, tais como Eliseu (cf. 2 Rs 2.3,5,7,15; 4.1,38; 5.22; 6.1; 9.1). Eles estavam sempre com o profeta-dirigente, opunham-se à adoração a Baal e promoviam a obediência e fidelidade ao Senhor DEUS. Eles profetizavam mediante o poder do ESPÍRITO e, deste modo, tornaram-se conhecidos.

Em 1Rs 21.17 VEIO A PALAVRA DO SENHOR A ELIAS. DEUS abomina a injustiça cometida pelo seu povo, uns contra os outros. Pela morte de Nabote, o inocente, Acabe e Jezabel iam sofrer as conseqüências (vv. 17-29). O princípio divino da retribuição e da justiça continua no novo concerto. Paulo, por exemplo, declara que "quem fizer agravo [a outra pessoa] receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas " (ver Cl 3.25). Os crentes devem se tratar com retidão, sinceridade e misericórdia (Mq 6.8; Cl 4.1; cf. Gl 6.7).
Em 1Rs 21.19 OS CÃES LAMBERÃO O TEU SANGUE. Essa profecia de Elias foi cumprida quando Acabe foi morto na batalha e os cães lamberam o seu sangue, ao ser lavado o seu carro, no qual ele morreu (22.35,38). Os filhos de Acabe também morreram de modo violento: Acazias morreu de uma queda (2 Rs 1.2,17); Jeorão foi morto por Jeú, e seu corpo foi jogado no terreno de Nabote (2 Rs 9.22-26). A esposa de Acabe, Jezabel, também teve uma morte violenta (2 Rs 9.30-37).

Em 2Rs 1.8 UM HOMEM VESTIDO DE PÊLOS. Esta descrição de Elias destaca o seu manto felpudo, de pele de ovelha, cabra, ou de pêlo de camelo, que era um distintivo do cargo profético a partir de Eliseu, inclusive João Batista (Zc 13.4; Mt 3.4; Hb 11.37). O cinto largo de couro que Eliseu usava, era do tipo normalmente usado pelos pobres. O modo do profeta vestir-se era um sinal de indiferença pela ostentação materialista da classe rica (cf. Is 20.2; Mt 11.7,8).
Em 2Rs 1.10 FOGO DESCEU DO CÉU. O rei e seus soldados, em rebelião contra DEUS e sua palavra, tentaram prender Elias. Fogo desceu diretamente da parte de DEUS (v. 12), como um julgamento contra Acazias, que obstinadamente persistia em opor-se a DEUS e ao seu profeta.

Em 2Rs 2.3 FILHOS DOS PROFETAS. Os filhos dos profetas (ver 1 Rs 20.35) pelo que parece, concentravam-se em três locais principais: Gilgal, Betel e Jericó (2.3,5,15; 4.38). DEUS, por certo, enviou Elias a esses locais a fim de encorajá-los pela última vez e lhes anunciar que Eliseu seria o seu novo dirigente (vv. 1,15).
Em 2Rs 2.9 PORÇÃO DOBRADA DE TEU ESPÍRITO. Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual lhe conferisse uma medida abundante do seu ESPÍRITO profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias. DEUS atendeu ao pedido de Eliseu, sabendo que o jovem profeta estava disposto a permanecer fiel a Ele, apesar de toda a apostasia espiritual, moral e doutrinária a seu redor.
Em 2Rs 2.11,12 UM CARRO DE FOGO, COM CAVALOS DE FOGO. Elias foi levado ao céu assim como Enoque (Gn 5.24), sem experimentar a morte. (1) O traslado milagroso de Elias ao céu foi o selo divino da aprovação com destaque, da obra, caráter e ministério desse profeta. Elias permanecera em tudo fiel à palavra de DEUS no decurso de todo o seu ministério. Até ao último momento, vivera em prol da honra de DEUS, tomara posição firme contra o pecado e a idolatria de um povo apóstata e despertara o remanescente fiel de Israel. Teve uma comitiva magnífica para conduzi-lo em triunfo ao céu. (2) A trasladação de Enoque e de Elias assemelha-se ao arrebatamento futuro do povo fiel de DEUS, à segunda vinda de CRISTO (1 Ts 4.16,17).
Em 2Rs 2.23 ZOMBAVAM DELE. Alguns supõem que esses rapazes, que zombavam de Eliseu, faziam parte de um bando organizado que se opunha ao seu ministério. Embora a palavra hebraica na'ar seja termo genérico para "rapaz" e seja freqüentemente aplicada a jovens maiores (cf. Gn 22.5; 41.12), o texto hebraico aqui é na'arim qatanim ("rapazes pequenos"). Os moços de mais idade estariam, sem dúvida, ocupados nos campos. Mas, como acontece ainda hoje, esse forasteiro entrando na aldeia, atraiu um grupo de meninos, que talvez tinham ouvido seus pais rirem da notícia que Elias subira ao céu, possívelmente dizendo: Se Eliseu afirma isso, que então ele mostre como é feito e que ele, o velho calvo, suba também. Essa zombaria contra o profeta era um desdém pelo seu Senhor (cf. Ez 16.8; At 5.4).
Em 2Rs 2.24 E OS AMALDIÇOOU NO NOME DO SENHOR. Para desagravar a honra do Senhor, Eliseu pronunciou contra eles um julgamento divino, formulado na lei da bênção e da maldição, segundo o concerto (Lv 26.21,22; Dt 30.19). O próprio DEUS julgou aquelas crianças degeneradas, enviando-lhes duas ursas (Gl 6.7). O julgamento em Betel foi uma advertência a Israel de que as maldições de DEUS segundo o concerto seriam a sua parte, se aquele povo persistisse em rebeldia contra DEUS (Dt 30.15-20). Note que as ursas feriram as crianças mas, segundo parece, não as mataram.

O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO
 Is 6.8,9 “Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim . Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.”

 O LUGAR DOS PROFETAS NA HISTÓRIA DE HEBREUS. (1) Os profetas do AT eram homens de DEUS que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda  a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou  alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção. (2) Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do AT. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da  Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os  autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). Finalmente, Moisés, autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15).
 Sendo assim, dois terços do AT, no mínimo, foram escritos por profetas.

 PALAVRAS HEBRAICAS APLICADAS AOS PROFETAS.
 (1) Ro’eh. Este substantivo, traduzido por “vidente”, em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência  das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da perspectiva do próprio DEUS. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de DEUS, que o capacitava a transmitir suas realidades ao  povo.
 (2) Nabi’. (a) Esta é a principal palavra hebraica para “profeta”, e ocorre 316 vezes no AT. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é:  “emitir palavras abundantemente da parte de DEUS, por meio do ESPÍRITO de DEUS” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o nabi’ era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do ESPÍRITO de  DEUS. A palavra grega prophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de DEUS, ao povo do concerto, baseados naquilo que  ouviam, viam e recebiam da parte dEle. (b) No AT, o profeta também era conhecido como “homem de DEUS” (ver 2Rs 4.21), “servo de DEUS” (cf. Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o ESPÍRITO de DEUS sobre si
 (cf. Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (e.g., José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina.

 HOMENS DO ESPÍRITO E DA PALAVRA. O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo ESPÍRITO de DEUS (Ez 37.1,4). Pelo fato do ESPÍRITO e a Palavra estarem nele, o profeta do AT possuía estas três características:
 (1) Conhecimentos divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de DEUS no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo  a permanecer fiel a DEUS e ao seu concerto. A característica distintiva da profecia, no AT, era tornar clara a vontade de DEUS ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência. O Senhor usava os profetas para  pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de DEUS, bem como predições sobre os eventos  mundiais que ainda estão por ocorrer.
 (2) Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do ESPÍRITO de DEUS. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de  modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra forma, se fecharia à dimensão divina.
 (3) Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para DEUS. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e  iniqüidades cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de DEUS e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.

 OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO. Que tipo de pessoa era o profeta do AT?
 (1) Era alguém que tinha estreito relacionamento com DEUS, e que se tornava confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista  humano.
 (2) O profeta, por estar próximo de DEUS, achava-se em harmonia com DEUS, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito,  vontade e desejos de DEUS. Experimentava as mesmas reações de DEUS. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de DEUS, como também sentia o seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
 (3) À semelhança de DEUS, o profeta amava profundamente o povo. Quando o povo sofria, o profeta sentia profundas. Ele almejava para Israel o melhor da parte de  DEUS (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens continham, não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.
 (4) O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em DEUS e lealdade a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza e poder humanos, e nos falsos DEUSes (Jr 8.9,10; Os 10.13,14;  Am 6.8). Os profetas continuamente conclamavam o povo a viver à altura de suas obrigações conforme o seu concerto estabelecido com DEUS, para que viesse a receber as bênçãos da redenção.
 (5) O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). Não tolerava a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o povo considerava leve desvio da Lei de  DEUS, o profeta interpretava, às vezes, como funesto. Não podia suportar transigência com o mal, complacência, fingimento e desculpas do povo (32.11; Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1). Compartilhava, mais que  qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do ódio que o Senhor tem à iniquidade (cf. Hb 1.9).
 (6) O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que DEUS revelara na Lei. Permanecia totalmente dedicado ao  Senhor; fugia da transigência com o mal e requeria fidelidade integral a DEUS. Aceitava nada menos que a plenitude do reino de DEUS e a sua justiça, manifestadas no povo de DEUS.
 (7) O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27, bem como em restauração e renovação (e.g., 61– 62; 65.17–66.24;  Jr 33; Ez 37). Os profetas enunciaram grande número de profecias acerca da vinda do Messias.
 (8) Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3– 4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se  achava em pecado diante de DEUS (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de DEUS, não havendo, pois, como  ignorar o seu caráter e a sua mensagem.

O PROFETA E O SACERDOTE. Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflito. O plano de DEUS era que houvesse cooperação entre eles, mas os  sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a decadência do povo de DEUS. (1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a DEUS  resumia-se em cerimônias e liturgia. Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática. (2) O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à  conduta, e as questões morais. Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com os deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à  vida os eternos princípios de DEUS. O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a  um viver realmente SANTO.

 A MENSAGEM DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais: (1) A natureza de DEUS. (a) Declaravam ser DEUS o Criador e Soberano onipotente  do universo (e.g., 40.28), e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus supremos propósitos de salvação e juízo (cf. Is 44.28; 45.1; Am 5.27; Hc 1.6). (b) Enfatizavam que DEUS é SANTO reto e justo,  e não pode tolerar o pecado, iniquidade e injustiça. Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele é paciente e tardio em manifestar a sua ira. Sendo DEUS SANTO, em sua natureza, requer que seu povo seja  consagrado e SANTO ao SENHOR (Zc 14.20; cf. Is 29.22-24; Jr 2.3). Como o DEUS que faz concerto, que entrou num relacionamento exclusivo com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como  parte de um compromisso de relacionamento mútuo. (2) O pecado e o arrependimento. Os profetas do AT compartilhavam da tristeza de DEUS diante da contínua desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de  seu povo segundo o concerto. E falavam palavras severas de justo juízo contra os transgressores. A mensagem dos profetas era idêntica a de João Batista e de CRISTO: “arrependei-vos, senão igualmente perecereis”.
 Prediziam juízos catastróficos, tal como a destruição de Samaria, pela Assíria (e.g. Os 5.8-12; 9.3-7; 10.6-15), e a de Jerusalém por Babilônia (e.g., Jr 19.7-15; 32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2, 24-27). (3) Predição e  esperança messiânica. (a) Embora o povo tenha sido globalmente infiel a DEUS e aos seus votos, segundo o concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança. Sabiam que DEUS cumpriria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão através de um remanescente. No fim, viria o Messias, e através dEle,  DEUS haveria de ofertar a salvação a todos os povos. (b) Os profetas colocavam-se entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança da era messiânica. Eles tinham de falar a palavra de DEUS a um povo  obstinado, que, inexoravelmente rejeitavam a sua mensagem (cf. Is 6.9-13). Os profetas eram tanto defensores do antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma voltada para o  futuro.

 OS FALSOS PROFETAS. Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um ESPÍRITO mentiroso achava-se na boca  deles (2Cr 18.18-22). Segundo o AT, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do DEUS verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria,  bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11); (3) se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas  que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT, que eram a voz primacial de DEUS no que dizia respeito a Israel. No  NT, o profeta é apenas um dos cinco dons ministeriais da igreja. Os profetas no NT tinham limitações que os profetas do AT desconheciam (cf. 1Co  14.29-33), por causa da natureza multifacetada e interdependente do ministério nos tempos do NT .

INTERAÇÃO
Sobre o chamado de Elias - como ele se deu (onde e quando)  - as Escrituras silenciam. Em contrapartida, a Bíblia mostra um Elias ousado, temente a DEUS e pronto para realizar a vontade divina. Isso é fruto de uma verdadeira vocação divina. O verdadeiro chamado nasce no coração. Ele arde como chama interior. Porém, se desenvolve para muito além do recôndito da alma. O chamado de DEUS na vida de uma pessoa também floresce publicamente. Vai além da família e da igreja local. Esse chamado que inunda à alma, a igreja reconhece, a liderança confirma e DEUS usa. Afinal de contas, qual é o seu chamado?

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever a vocação e a chamada de Elias.
Compreender como se deu a atuação do profeta Elias.
Destacar o papel de Elias junto a monarquia e nas Escrituras.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir a lição desta semana, sugerimos uma atividade prática. Você vai precisar de papel ofício e caneta. Distribua-os à classe. Em seguida solicite a cada aluno para que escreva o que mais gostam de fazer na vida. Logo após, pergunte se o que apontaram tem haver com o chamado pessoal de DEUS. Conclua a atividade explicando o quanto eles precisam considerar o chamado do Eterno nas esferas de suas vidas. Afirme que tal chamado pode ou não se dar na esfera eclesiástica, mas também na "secular".




Comentário - Lição 02 Elias, o Tisbita


TEXTO ÁUREO
"E ele lhes disse: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras? E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tisbita"  (2 Rs 1.7,8). 

VERDADE PRÁTICA
A vida de Elias é uma história de fé e coragem. Ela revela como DEUS soberanamente escolhe pessoas simples para torná-las gigantes espirituais.

LEITURA DIÁRIA
Segunda – 1 Rs 18.36 O DEUS de Elias
Terça – 1 Rs 18.41-45 A fé de Elias
Quarta – 1 Rs 17.1 A vocação de Elias
Quinta – 2 Rs 9.35,36 A natureza do ministério de Elias
Sexta – 1 Rs 18.18 A função social do profeta Elias
Sábado – Mt 17.10-13 O lugar de Elias nas Escrituras

PALAVRA-CHAVE - VOCAÇÃO: ESCOLHA - CHAMAMENTO - DISPOSIÇÃO


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Reis 17.1-7
1 Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra. 2 Depois, veio a ele a palavra do SENHOR, dizendo: 3 Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. 4 E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. 5 Foi, pois, e fez conforme a palavra do SENHOR, porque foi e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. 6 E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro. 7 E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha havido chuva na terra.

Observações minhas:
DEUS usa homens que não se misturam e nem seguem os padrões do mundo
Elias era um professor de profetas na escola de profetas que diferenciava muito de nossas EBD’s pois ali se estudava a palavra de DEUS, mas também se jejuava muito, se orava muito e se buscava a comunhão e a intimidade com DEUS.
Não existe presença de DEUS sem sacrifício.
Não se ministra milagres e nem se confia na confirmação de DEUS de nosso ministério sem os três ingredientes principais de um verdadeiro profeta de DEUS - Jejum, oração, estudo da Palavra de DEUS.
Elias dava a impressão de viver separado da sociedade, mas não é verdade, Elias era super conhecido pelos alunos da escola de profetas e por Acabe e Jezabel, era conhecido e reconhecido por todos como profeta de DEUS. Não participar de festas e nem de reuniões com descrentes ou com apóstatas é importante para que se possa ser um legítimo instrumento de DEUS.
A Igreja tem colocado seus profetas em último lugar no ministério, tem procurado calar a voz de DEUS no meio da Igreja, principalmente por temer a revelação das falcatruas ocultas de seus líderes e também não são reconhecidos para que não sejam sustentados pela Igreja.

Na época de Elias o governo gastava fortuna para sustentar seus 400 profetas de baal e mais uma multidão de profetas de Asera e de outros deuses como Moloque. O dinheiro que vinha de impostos estava sendo usado para financiar a religião oficial do governo (Acabe e Jezabel) e não para ajudar aos pobres e necessitados.

16.7 O PROFETA JEÚ. Quando o povo de DEUS, a começar dos líderes, abandonou o caminho do Senhor e adotou os caminhos pecaminosos dos cananeus, DEUS enviou-lhe profetas para lhe proclamar a sua verdade e justiça. Os profetas do Senhor são também uma necessidade hoje.
16.30 ACABE. O pecado e a iniquidade avolumaram-se cada vez mais no reinado de Acabe. Imperavam a rebeldia insolente e a dureza de coração contra os mandamentos de DEUS. Cresceu a adoração a Baal. Diante de tal apostasia, DEUS enviou o poderoso profeta Elias a Israel, para lutar contra esse sistema religioso corrupto e proclamar o propósito de DEUS para o seu reino (17.1)

ELIAS.
Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acabe e do seu filho Acazias. O nome Elias, que significa "o Senhor é meu DEUS", fala da convicção inabalável que destacou esse profeta (18.21,39). Os fatos principais da sua vida acham-se em 1 Rs 17-19; 21.17-29; 2 Rs 1-2.
(1) A vida de Elias girou em torno do conflito entre a religião do Senhor e a religião de Baal. Sua missão era levar os israelitas a reconhecerem sua apostasia e reconduzi-los à fidelidade ao DEUS de Israel (18.21,36,37). Elias era pois um restaurador e um reformador, empenhado em restabelecer o concerto entre DEUS e Israel.
(2) O AT no seu final, registra a profecia que Elias reaparecerá "antes que venha o dia grande e terrível do SENHOR" (Ml 4.5); esta profecia cumpriu-se parcialmente em João Batista (Mt 11.7-14; Lc 1.17) e poderá ter um cumprimento futuro antes da volta de CRISTO (cf. Mt 17.11; Ap 11.3-6; ver Ap 11.3).
(3) A fidelidade inabalável de Elias a DEUS e ao seu concerto, faz dele para todo o sempre, um exemplo de fé, destemor e lealdade a DEUS, ante intensa oposição e perseguição, e um exemplo de resoluta persistência em opor-se às falsas religiões e aos falsos profetas.
Em 1Rs 17.1 NEM ORVALHO NEM CHUVA HAVERÁ. Elias, na qualidade de mensageiro de DEUS, pronunciou uma palavra de juízo da parte do Senhor contra a nação rebelde de Israel. DEUS ia reter a chuva durante três anos e meio (cf. Dt 11.13-17). Esse juízo humilhava Baal, pois seus adoradores criam que ele controlava a chuva e que era responsável pela abundância nas colheitas. O NT declara que essa seca em Israel resultou das ferventes orações de Elias (Tg 5.17).
Em 1Rs 17.4 EU TENHO ORDENADO AOS CORVOS QUE ALI TE SUSTENTEM. DEUS sustentou Elias junto ao ribeiro Querite, porque esse profeta tomara posição firme ao lado de DEUS contra a apostasia do povo (vv. 3-7; cf. Sl 25.10). Assim, como Elias sustentou a luta pela causa de DEUS, o Senhor cuidaria agora da sua causa, i.e., sua subsistência (cf. Sl 68.19,20).
Em 1Rs17.7 O RIBEIRO SE SECOU. Quando o ribeiro se secou, DEUS dirigiu Elias a ir a uma terra pagã, habitada por adoradores de Baal, e ali DEUS o sustentou através de uma viúva pobre (v. 9). Tal experiência reforçou ainda mais a confiança que Elias tinha na providência divina. Às vezes nos surgem adversidades, mesmo quando estamos na vontade de DEUS. Em meio a experiências deste tipo, DEUS poderá nos assistir de uma maneira diferente e maravilhosa, além do que podemos esperar.
Em 1Rs 17.15 E ASSIM COMEU ELA... E A SUA CASA MUITOS DIAS. DEUS estava atento às necessidades e aflições de uma viúva pobre. Ele enviou Elias para fortalecer-lhe a fé e trazer-lhe bênçãos materiais no momento em que ela julgava que tudo estava perdido (v. 12). A fé que essa viúva tinha em DEUS e na sua palavra, através do profeta Elias, levou-a a permutar o certo pelo incerto, e o visível pelo invisível (vv. 10-16; cf. Hb 11.27). A viúva crente recebeu do profeta de DEUS, não somente uma bênção material, como também uma bênção espiritual.
Em 1Rs 17.17 O FILHO... NELE NENHUM FÔLEGO FICOU. Aqui ficamos perplexos ante um dos mistérios mais intrincados da vida. Precisamente no momento em que DEUS, por um milagre, estava a prover farinha e azeite, surgiram aflição e tristeza. Às vezes, enfermidade ou tragédia ainda maior pode ocorrer à quem está fazendo a vontade de DEUS e grandemente ocupado na obra do seu reino.
Em 1Rs 17.22 O SENHOR OUVIU A VOZ DE ELIAS. DEUS restaurou a vida do menino em resposta à oração de Elias. Este é o primeiro caso bíblico de alguém ressuscitado dentre os mortos (2 Rs 4.34; At 20.10). Os três milagres relatados no cap. 17 manifestam notavelmente a glória e o amor de DEUS. Demonstraram a Elias e à viúva que, no meio de circunstâncias trágicas, o poder e o amor de DEUS estão em evidência a favor daqueles que o amam e que são chamados segundo o seu propósito (ver Rm 8.28).

Em 1 Rs 18.18 DEIXASTES OS MANDAMENTOS DO SENHOR. O modo corajoso de Elias falar a Acabe e denunciar a impiedade de Israel fez dele um profeta exemplar, e a pessoa mais qualificada para ser o protótipo do precursor do Senhor JESUS CRISTO (cf. Ml 4.5,6; Lc 1.17). (1) Era um verdadeiro "homem de DEUS" (17.24), que falava, não para agradar às multidões, mas como um servo fiel de DEUS (cf. Gl 1.10; 1 Ts 2.4; ver Lc 1.17). (2) Assim como Elias foi chamado para mostrar quem é o verdadeiro DEUS de Israel, todos os ministros do novo concerto são chamados para defender o evangelho de CRISTO contra distorções, transigência com o mal e desvio doutrinário (ver Fp 1.17; Jd v. 3).
Em 1 Rs 18.21 SE O SENHOR É DEUS, SEGUI-O. Elias desafiou o povo a fazer uma escolha definitiva entre seguir a DEUS ou a Baal (cf. Ez 20.31,39). Os israelitas achavam que podiam adorar o DEUS verdadeiro e também Baal. O pecado deles era o de terem o coração dividido (cf. Dt 6.4,5), querendo servir a dois senhores. O próprio CRISTO advertiu contra essa atitude fatal (Mt 6.24; cf. Dt 30.19; Js 24.14,15).
Em 1 Rs 18.27 ELIAS ZOMBAVA DELES. Elias ao zombar dos profetas de Baal, revela sua ardente indignação ante a idolatria imoral e vil que Israel adotara. Sua ironia e sua atitude intransigente, expressavam sua inalterável lealdade ao DEUS, a quem ele amava e servia. Compare a reação de Elias com a ira e determinação de JESUS, ante a profanação do templo (ver Lc 19.45).
Em 1 Rs 18.36 ELIAS... DISSE: Ó SENHOR, DEUS DE ABRAÃO. A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história da redenção. Seu desafio ao rei (vv. 16-19), sua repreensão a todo o Israel (vv. 21-24) e seu confronto com os 450 profetas de Baal (vv. 19, 22) foram embates que ele os enfrentou dispondo apenas das armas da oração e da fé em DEUS. Vemos sua confiança em DEUS na brevidade e simplicidade da sua oração (41 palavras em hebraico), (vv. 36,37)
Em 1 Rs 18.37 TU FIZESTE TORNAR O SEU CORAÇÃO PARA TRÁS. O propósito de Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração que se seguiu, foi revelar a graça de DEUS para com o seu povo. Elias queria que o povo se voltasse para DEUS (v. 37). Semelhantemente, João Batista, o "Elias" do NT (ver 17.1), tinha como alvo levar muitos a buscarem a DEUS, como preparação para o advento de CRISTO.
Em 1 Rs 18.38 ENTÃO, CAIU FOGO DO SENHOR. O Senhor milagrosamente produziu fogo para consumir o sacrifício de Elias (cf. 1 Cr 21.26; 2 Cr 7.1). Esse milagre vindicou Elias como profeta de DEUS e comprovou que somente o Senhor de Israel era o DEUS vivo, a quem deviam servir. De modo semelhante, o crente deve orar, com fé, pela manifestação divina em seu meio, mediante o ESPÍRITO SANTO (ver 1 Co 12.4-11; 14.1-40).
Em 1 Rs 18.40 E ALI OS MATOU. Note os seguintes fatos a respeito da matança dos profetas de Baal: (1) A sentença de morte contra eles era justa, pois foi executada em obediência à lei de Moisés (Dt 13.6-9; 17.2-5). O NT não contém qualquer mandamento similar. Ele proíbe a ação repressora contra os falsos mestres (Mt 5.44), embora DEUS ordene a sua rejeição e, que nos separemos deles (Mt 24.23,24; 2 Co 6.14-18; Gl 1.6-9; 2 Jo.7-11; Jd.3,4)(2) A ação de Elias contra os falsos profetas de Baal representava a ira de DEUS contra os que tentavam destruir a fé do seu povo escolhido, e privá-lo das bênçãos divinas, e também expressava o amor e a lealdade do próprio Elias por seu Senhor. (3) A destruição dos falsos profetas por Elias manifestava, também, profunda preocupação pelos próprios israelitas, uma vez que estavam sendo destruídos espiritualmente pela falsa religião de Baal. JESUS manifestou idêntica atitude (Mt 23; Lc 19.27), assim como também o apóstolo Paulo (Gl 1.6-9; ver Gl 1.9). Note, ainda, que a ira de DEUS será derramada sobre todos os rebeldes e impenitentes "no dia da ira e da manifestação do juízo de DEUS" (Rm 2.5; cf. 11.22; Ap 19.11-21; 20.7-10).
Em 1 Rs 18.42 ELIAS... METEU O SEU ROSTO ENTRE OS SEUS JOELHOS. De Elias, o NT cita sua fé e oração perseverante como exemplo e estímulo para o povo salvo, no tocante ao poder da oração (Tg 5.18). A oração de Elias era: (1) a oração de um justo (Tg 5.16; cf. Sl 66.18), (2) a oração de um homem, de natureza humana semelhante à nossa (Tg 5.17), (3) a oração da fé, sincera e persistente (vv. 18.42-44; Tg 5.17; cf. Mt 21.21,22; Mc 9.23; Lc 18.1; Ef 6.18; Hb 11.6), e (4) a oração de muita eficácia (v. 45; Tg 5.16,17)
Em 1 Rs 18.43 TORNA LÁ SETE VEZES. O número sete nas Escrituras, simboliza algo integral e completo. Neste capítulo Elias entregou-se a uma intercessão completa, sob três aspectos: (1) intercedeu para restaurar o altar e a honra de DEUS na terra (vv. 21,24,30-39); (2) intercedeu, travando uma guerra espiritual contra a falsa religião e culto de Baal e Asera (vv. 19,27,40); e (3) intercedeu com DEUS, em oração intensa e persistente, suplicando chuva copiosa (vv. 41-46). Visto que o AT compara o derramamento do ESPÍRITO com o derramamento de chuva (e.g., Os 6.1-3; Jl 2.23-29), o confronto de Elias com o baalismo ilustra os três tipos principais de intercessão que devem caracterizar a oração intercessória do povo de DEUS: (1) intercessão pela restauração da glória e honra de DEUS e por um avivamento espiritual entre o seu povo; (2) intercessão pela guerra espiritual contra as fortalezas demoníacas; e (3) intercessão pela sequidão espiritual, para que ela seja tragada pelo derramamento do ESPÍRITO de DEUS e pelo despertamento espiritual.

Em 1 Rs 19.3 ELE [ELIAS], SE LEVANTOU, E, PARA ESCAPAR COM VIDA, SE FOI. À expressão da fé de Elias, e às suas vitórias sobrenaturais, no cap. 18, seguiram-se o medo, a fuga para salvar a vida e o desânimo, tudo resultando do propósito de Jezabel de destruir a vida do profeta (v. 2). (1) Posto que Elias não recebera nenhuma mensagem do Senhor para permanecer em Jezreel, sua presença ali significava arriscar desnecessariamente a sua vida (cf. 18.1). Seguiu então para o monte Horebe (i.e., o monte Sinai). (2) A retirada forçada de Elias para o território de Judá e o deserto é um exemplo daqueles que "por causa da justiça" (ver Mt 5.10) são maltratados e forçados a andar errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra (Hb 11.37,38). De maneira semelhante a Elias, há profetas que tiveram de deixar suas igrejas; pregadores, os seus púlpitos; professores, as suas salas de aula; e leigos, os seus empregos; por se posicionarem contra o pecado, por falarem segundo a Palavra de DEUS, e seguirem o caminho da justiça, por amor do nome de DEUS. Grande é o seu galardão no céu (Mt 5.10-12).
Em 1 Rs 19.4 TOMA AGORA A MINHA VIDA. Elias tomado de cansaço, desânimo, tristeza, orou pedindo a DEUS que Ele o dispensasse do pesado ministério profético e o deixasse partir para o descanso celestial. (1) Os sentimentos de Elias não eram muito diferentes dos do (a) apóstolo Paulo, quando afirmou ter "desejo de partir e estar com CRISTO" (Fp 1.23), ou (b) dos heróis da fé, que "desejam uma [pátria] melhor, isto é, a celestial" (Hb 11.16; ver também Moisés, em Nm 11.15). (2) Algumas das razões de estar Elias profundamente desanimado. (a) Aparente fracasso: ele esperava a conversão de todo o Israel, e possivelmente, até mesmo de Jezabel; mas agora, pelo contrário, tinha que fugir para salvar sua vida. A esperança, a labuta e o esforço da sua vida inteira findavam agora em fracasso, conforme parecia (vv. 1-4). (b) Solidão: julgava ser ele o único que batalhava pela verdade e justiça de DEUS (v. 10; cf. Paulo, 2 Tm 4.16). (c) Exaustão física depois de uma longa e árdua viagem (vv. 3,4; 18.46).
Em 1 Rs 19.5 UM ANJO O TOCOU. DEUS cuidou do desalentado Elias de modo compassivo e amorável (Hb 4.14,15). (1) Permitiu que Elias dormisse (vv. 5,6). (2) Fortaleceu-o com alimentos (vv. 5-7). (3) Propiciou-lhe uma revelação inspiradora do seu poder e presença (vv. 11-13). (4) Concedeu-lhe nova revelação e orientação (vv. 15-18). (5) Deu-lhe um companheiro fiel e fraterno (vv. 16,19-21). Noutras palavras, quando o filho de DEUS enfrenta o desânimo, no desempenho que DEUS lhe confiou, ele pode suplicar a DEUS, em nome de CRISTO, que lhe dê força, graça e coragem, e os capacite diante de tais situações (Hb 2.18; 3.6; 7.25).
Em 1 Rs 19.8 QUARENTA DIAS E QUARENTA NOITES. Alguns consideram o jejum aqui mencionado, bem como o de Moisés (Êx 34.28) e o de JESUS (Mt 4.2), como casos de jejuns prolongados. Porém, os casos acima não são de jejum no sentido comum. Moisés, na presença de DEUS e envolvido na nuvem, foi sustentado de modo sobrenatural. Elias foi alimentado duas vezes de modo sobrenatural, o que lhe propiciou forças durante quarenta dias (vv. 6-8). JESUS foi levado pelo ESPÍRITO ao deserto, e não sentiu fome a não ser depois de quarenta dias (ver Mt 4.2; 6.16).
Em 1 Rs 19.11,12 EIS QUE PASSAVA O SENHOR. Para animar Elias e fortalecer a sua fé, DEUS o visitou no monte Horebe (i.e., o monte Sinai, o monte da revelação). Essa visitação foi acompanhada de um forte vendaval, um terremoto e fogo, mas o Senhor não estava em nenhuma dessas coisas. Pelo contrário, a revelação de DEUS veio através de "uma voz mansa e delicada". Elias pôde ver que a obra de DEUS avança e prossegue, "não por força, nem por violência, mas pelo meu ESPÍRITO, diz o SENHOR dos Exércitos" (Zc 4.6). De modo algum, DEUS abandonara seu profeta, nem o seu povo fiel. Pelo seu ESPÍRITO e pela palavra eterna, Ele traria a redenção, a justiça e a salvação eternas.
Em 1 Rs 19.16 A ELISEU... UNGIRÁS PROFETA. DEUS mandou Elias ungir Eliseu como seu sucessor. Note que não somente sacerdotes e reis eram ungidos para seus respectivos cargos, mas também profetas, Eliseu iria (1) auxiliar Elias, (2) auxiliar Hazael, rei da Síria, e Jeú, rei de Israel, a derrotar os inimigos de DEUS (vv. 16,17), e (3) proclamar a palavra de DEUS ao remanescente fiel (v. 18). Os ministérios de Elias e Eliseu abrangeram um período de 75 anos (875-800 a.C., durante os reinados de Acabe, Acazias, Jorão, Jeú, Jeoacaz e Jeoás). Eliseu foi um fiel servidor do profeta ancião e ficou conhecido como aquele "que deitava água sobre as mãos de Elias" (2 Rs 3.11).
Em 1 Rs 19.18 EM ISRAEL SETE MIL. Os sete mil de Israel, que não dobraram os joelhos a Baal, são parte dos fiéis sofredores, em todas as gerações, livres de apostasia, de transigência com o erro e de mundanismo entre o povo de DEUS, e que perseveram no amor, na fé e na obediência a DEUS e à sua Palavra. São os que fogem dos maus caminhos do mundo, que lavaram as suas vestes e as embranqueceram no sangue do Cordeiro (Ap 7.14), que são perseguidos por amor à justiça (Mt 5.10) e que permanecem firmemente no caminho estreito (Mt 7.14). Do começo ao fim das Escrituras, é o remanescente fiel e vencedor que é conhecido pelo Senhor (2 Tm 2.19). DEUS promete guardar esse remanescente leal, pelo seu poder, através da fé (1 Pe 1.5), e o Cordeiro os conduzirá ao lar celestial (Ap 7.17).

Em 1Rs 20.35 FILHOS DOS PROFETAS. Trata-se dos discípulos dos profetas, que eram ensinados pelos profetas de mais idade e de renome, tais como Eliseu (cf. 2 Rs 2.3,5,7,15; 4.1,38; 5.22; 6.1; 9.1). Eles estavam sempre com o profeta-dirigente, opunham-se à adoração a Baal e promoviam a obediência e fidelidade ao Senhor DEUS. Eles profetizavam mediante o poder do ESPÍRITO e, deste modo, tornaram-se conhecidos.

Em 1Rs 21.17 VEIO A PALAVRA DO SENHOR A ELIAS. DEUS abomina a injustiça cometida pelo seu povo, uns contra os outros. Pela morte de Nabote, o inocente, Acabe e Jezabel iam sofrer as conseqüências (vv. 17-29). O princípio divino da retribuição e da justiça continua no novo concerto. Paulo, por exemplo, declara que "quem fizer agravo [a outra pessoa] receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas " (ver Cl 3.25). Os crentes devem se tratar com retidão, sinceridade e misericórdia (Mq 6.8; Cl 4.1; cf. Gl 6.7).
Em 1Rs 21.19 OS CÃES LAMBERÃO O TEU SANGUE. Essa profecia de Elias foi cumprida quando Acabe foi morto na batalha e os cães lamberam o seu sangue, ao ser lavado o seu carro, no qual ele morreu (22.35,38). Os filhos de Acabe também morreram de modo violento: Acazias morreu de uma queda (2 Rs 1.2,17); Jeorão foi morto por Jeú, e seu corpo foi jogado no terreno de Nabote (2 Rs 9.22-26). A esposa de Acabe, Jezabel, também teve uma morte violenta (2 Rs 9.30-37).

Em 2Rs 1.8 UM HOMEM VESTIDO DE PÊLOS. Esta descrição de Elias destaca o seu manto felpudo, de pele de ovelha, cabra, ou de pêlo de camelo, que era um distintivo do cargo profético a partir de Eliseu, inclusive João Batista (Zc 13.4; Mt 3.4; Hb 11.37). O cinto largo de couro que Eliseu usava, era do tipo normalmente usado pelos pobres. O modo do profeta vestir-se era um sinal de indiferença pela ostentação materialista da classe rica (cf. Is 20.2; Mt 11.7,8).
Em 2Rs 1.10 FOGO DESCEU DO CÉU. O rei e seus soldados, em rebelião contra DEUS e sua palavra, tentaram prender Elias. Fogo desceu diretamente da parte de DEUS (v. 12), como um julgamento contra Acazias, que obstinadamente persistia em opor-se a DEUS e ao seu profeta.

Em 2Rs 2.3 FILHOS DOS PROFETAS. Os filhos dos profetas (ver 1 Rs 20.35) pelo que parece, concentravam-se em três locais principais: Gilgal, Betel e Jericó (2.3,5,15; 4.38). DEUS, por certo, enviou Elias a esses locais a fim de encorajá-los pela última vez e lhes anunciar que Eliseu seria o seu novo dirigente (vv. 1,15).
Em 2Rs 2.9 PORÇÃO DOBRADA DE TEU ESPÍRITO. Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual lhe conferisse uma medida abundante do seu ESPÍRITO profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias. DEUS atendeu ao pedido de Eliseu, sabendo que o jovem profeta estava disposto a permanecer fiel a Ele, apesar de toda a apostasia espiritual, moral e doutrinária a seu redor.
Em 2Rs 2.11,12 UM CARRO DE FOGO, COM CAVALOS DE FOGO. Elias foi levado ao céu assim como Enoque (Gn 5.24), sem experimentar a morte. (1) O traslado milagroso de Elias ao céu foi o selo divino da aprovação com destaque, da obra, caráter e ministério desse profeta. Elias permanecera em tudo fiel à palavra de DEUS no decurso de todo o seu ministério. Até ao último momento, vivera em prol da honra de DEUS, tomara posição firme contra o pecado e a idolatria de um povo apóstata e despertara o remanescente fiel de Israel. Teve uma comitiva magnífica para conduzi-lo em triunfo ao céu. (2) A trasladação de Enoque e de Elias assemelha-se ao arrebatamento futuro do povo fiel de DEUS, à segunda vinda de CRISTO (1 Ts 4.16,17).
Em 2Rs 2.23 ZOMBAVAM DELE. Alguns supõem que esses rapazes, que zombavam de Eliseu, faziam parte de um bando organizado que se opunha ao seu ministério. Embora a palavra hebraica na'ar seja termo genérico para "rapaz" e seja freqüentemente aplicada a jovens maiores (cf. Gn 22.5; 41.12), o texto hebraico aqui é na'arim qatanim ("rapazes pequenos"). Os moços de mais idade estariam, sem dúvida, ocupados nos campos. Mas, como acontece ainda hoje, esse forasteiro entrando na aldeia, atraiu um grupo de meninos, que talvez tinham ouvido seus pais rirem da notícia que Elias subira ao céu, possívelmente dizendo: Se Eliseu afirma isso, que então ele mostre como é feito e que ele, o velho calvo, suba também. Essa zombaria contra o profeta era um desdém pelo seu Senhor (cf. Ez 16.8; At 5.4).
Em 2Rs 2.24 E OS AMALDIÇOOU NO NOME DO SENHOR. Para desagravar a honra do Senhor, Eliseu pronunciou contra eles um julgamento divino, formulado na lei da bênção e da maldição, segundo o concerto (Lv 26.21,22; Dt 30.19). O próprio DEUS julgou aquelas crianças degeneradas, enviando-lhes duas ursas (Gl 6.7). O julgamento em Betel foi uma advertência a Israel de que as maldições de DEUS segundo o concerto seriam a sua parte, se aquele povo persistisse em rebeldia contra DEUS (Dt 30.15-20). Note que as ursas feriram as crianças mas, segundo parece, não as mataram.

O PROFETA NO ANTIGO TESTAMENTO
 Is 6.8,9 “Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim . Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.”

 O LUGAR DOS PROFETAS NA HISTÓRIA DE HEBREUS. (1) Os profetas do AT eram homens de DEUS que, espiritualmente, achavam-se muito acima de seus contemporâneos. Nenhuma categoria, em toda  a literatura, apresenta um quadro mais dramático do que os profetas do AT. Os sacerdotes, juízes, reis, conselheiros e os salmistas, tinham cada um, lugar distintivo na história de Israel, mas nenhum deles, logrou  alcançar a estatura dos profetas, nem chegou a exercer tanta influência na história da redenção. (2) Os profetas exerceram considerável influência sobre a composição do AT. Tal fato fica evidente na divisão tríplice da  Bíblia hebraica: a Torá, os Profetas e os Escritos (cf. Lc 24.44). A categoria dos profetas inclui seis livros históricos, compostos sob a perspectiva profética: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. É provável que os  autores desses livros fossem profetas. Em segundo lugar, há dezessete livros proféticos específicos (Isaías até Malaquias). Finalmente, Moisés, autor dos cinco primeiros livros da Bíblia (a Torá), era profeta (Dt 18.15).
 Sendo assim, dois terços do AT, no mínimo, foram escritos por profetas.

 PALAVRAS HEBRAICAS APLICADAS AOS PROFETAS.
 (1) Ro’eh. Este substantivo, traduzido por “vidente”, em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência  das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da perspectiva do próprio DEUS. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de DEUS, que o capacitava a transmitir suas realidades ao  povo.
 (2) Nabi’. (a) Esta é a principal palavra hebraica para “profeta”, e ocorre 316 vezes no AT. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é:  “emitir palavras abundantemente da parte de DEUS, por meio do ESPÍRITO de DEUS” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o nabi’ era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do ESPÍRITO de  DEUS. A palavra grega prophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de DEUS, ao povo do concerto, baseados naquilo que  ouviam, viam e recebiam da parte dEle. (b) No AT, o profeta também era conhecido como “homem de DEUS” (ver 2Rs 4.21), “servo de DEUS” (cf. Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o ESPÍRITO de DEUS sobre si
 (cf. Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (e.g., José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina.

 HOMENS DO ESPÍRITO E DA PALAVRA. O profeta não era simplesmente um líder religioso, mas alguém possuído pelo ESPÍRITO de DEUS (Ez 37.1,4). Pelo fato do ESPÍRITO e a Palavra estarem nele, o profeta do AT possuía estas três características:
 (1) Conhecimentos divinamente revelados. Ele recebia conhecimentos da parte de DEUS no tocante às pessoas, aos eventos e à verdade redentora. O propósito primacial de tais conhecimentos era encorajar o povo  a permanecer fiel a DEUS e ao seu concerto. A característica distintiva da profecia, no AT, era tornar clara a vontade de DEUS ao povo mediante a instrução, a correção e a advertência. O Senhor usava os profetas para  pronunciarem o seu juízo antes de este ser desferido. Do solo da história sombria de Israel e de Judá, brotaram profecias específicas a respeito do Messias e do reino de DEUS, bem como predições sobre os eventos  mundiais que ainda estão por ocorrer.
 (2) Poderes divinamente outorgados. Os profetas eram levados à esfera dos milagres à medida que recebiam a plenitude do ESPÍRITO de DEUS. Através dos profetas, a vida e o poder divinos eram demonstrados de  modo sobrenatural diante de um mundo que, doutra forma, se fecharia à dimensão divina.
 (3) Estilo de vida característico. Os profetas, na sua maioria, abandonaram as atividades corriqueiras da vida a fim de viverem exclusivamente para DEUS. Protestavam intensamente contra a idolatria, a imoralidade e  iniqüidades cometidas pelo povo, bem como a corrupção praticada pelos reis e sacerdotes. Suas atividades visavam mudanças santas e justas em Israel. Suas investidas eram sempre em favor do reino de DEUS e de sua justiça. Lutavam pelo cumprimento da vontade divina, sem levar em conta os riscos pessoais.

 OITO CARACTERÍSTICAS DO PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO. Que tipo de pessoa era o profeta do AT?
 (1) Era alguém que tinha estreito relacionamento com DEUS, e que se tornava confidente do Senhor (Am 3.7). O profeta via o mundo e o povo do concerto sob a perspectiva divina, e não segundo o ponto de vista  humano.
 (2) O profeta, por estar próximo de DEUS, achava-se em harmonia com DEUS, e em simpatia com aquilo que Ele sofria por causa dos pecados do povo. Compreendia, melhor que qualquer outra pessoa, o propósito,  vontade e desejos de DEUS. Experimentava as mesmas reações de DEUS. Noutras palavras, o profeta não somente ouvia a voz de DEUS, como também sentia o seu coração (Jr 6.11; 15.16,17; 20.9).
 (3) À semelhança de DEUS, o profeta amava profundamente o povo. Quando o povo sofria, o profeta sentia profundas. Ele almejava para Israel o melhor da parte de  DEUS (Ez 18.23). Por isso, suas mensagens continham, não somente advertências, como também palavras de esperança e consolo.
 (4) O profeta buscava o sumo bem do povo, i.e., total confiança em DEUS e lealdade a Ele; eis porque advertia contra a confiança na sabedoria, riqueza e poder humanos, e nos falsos DEUSes (Jr 8.9,10; Os 10.13,14;  Am 6.8). Os profetas continuamente conclamavam o povo a viver à altura de suas obrigações conforme o seu concerto estabelecido com DEUS, para que viesse a receber as bênçãos da redenção.
 (5) O profeta tinha profunda sensibilidade diante do pecado e do mal (Jr 2.12,13, 19; 25.3-7; Am 8.4-7; Mq 3.8). Não tolerava a crueldade, a imoralidade e a injustiça. O que o povo considerava leve desvio da Lei de  DEUS, o profeta interpretava, às vezes, como funesto. Não podia suportar transigência com o mal, complacência, fingimento e desculpas do povo (32.11; Jr 6.20; 7.8-15; Am 4.1; 6.1). Compartilhava, mais que  qualquer outra pessoa, do amor divino à retidão, e do ódio que o Senhor tem à iniquidade (cf. Hb 1.9).
 (6) O profeta desafiava constantemente a santidade superficial e oca do povo, procurando desesperadamente encorajar a obediência sincera às palavras que DEUS revelara na Lei. Permanecia totalmente dedicado ao  Senhor; fugia da transigência com o mal e requeria fidelidade integral a DEUS. Aceitava nada menos que a plenitude do reino de DEUS e a sua justiça, manifestadas no povo de DEUS.
 (7) O profeta tinha uma visão do futuro, revelada em condenação e destruição (e.g., 63.1-6; Jr 11.22,23; 13.15-21; Ez 14.12-21; Am 5.16-20,27, bem como em restauração e renovação (e.g., 61– 62; 65.17–66.24;  Jr 33; Ez 37). Os profetas enunciaram grande número de profecias acerca da vinda do Messias.
 (8) Finalmente, o profeta era, via de regra, um homem solitário e triste (Jr 14.17,18; 20.14-18; Am 7.10-13; Jn 3– 4), perseguido pelos falsos profetas que prediziam paz, prosperidade e segurança para o povo que se  achava em pecado diante de DEUS (Jr 15.15; 20.1-6; 26.8-11; Am 5.10; cf. Mt 23.29-36; At 7.51-53). Ao mesmo tempo, o profeta verdadeiro era reconhecido como homem de DEUS, não havendo, pois, como  ignorar o seu caráter e a sua mensagem.

O PROFETA E O SACERDOTE. Durante a maior parte da história de Israel, os sacerdotes e profetas, constantemente, entravam em conflito. O plano de DEUS era que houvesse cooperação entre eles, mas os  sacerdotes tendiam a aderir ao liberalismo e deixavam de protestar contra a decadência do povo de DEUS. (1) Os sacerdotes muitas vezes concordavam com a situação anormal reinante, e sua adoração a DEUS  resumia-se em cerimônias e liturgia. Embora a moralidade ocupasse um lugar formal na sua teologia, não era enfatizada por eles na prática. (2) O profeta, por outro lado, ressaltava fortemente o modo de vida, à  conduta, e as questões morais. Repreendiam constantemente os que apenas cumpriam com os deveres litúrgicos. Irritava, importunava, denunciava, e sem apoio humano defendia justas exigências e insistia em aplicar à  vida os eternos princípios de DEUS. O profeta era um ensinador de ética, um reformador moral e um inquietador da consciência humana. Desmascarava o pecado e a apostasia, procurando sempre despertar o povo a  um viver realmente SANTO.

 A MENSAGEM DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO.
A mensagem dos profetas enfatiza três temas principais: (1) A natureza de DEUS. (a) Declaravam ser DEUS o Criador e Soberano onipotente  do universo (e.g., 40.28), e o Senhor da história, pois leva os eventos a servirem aos seus supremos propósitos de salvação e juízo (cf. Is 44.28; 45.1; Am 5.27; Hc 1.6). (b) Enfatizavam que DEUS é SANTO reto e justo,  e não pode tolerar o pecado, iniquidade e injustiça. Mas a sua santidade é temperada pela misericórdia. Ele é paciente e tardio em manifestar a sua ira. Sendo DEUS SANTO, em sua natureza, requer que seu povo seja  consagrado e SANTO ao SENHOR (Zc 14.20; cf. Is 29.22-24; Jr 2.3). Como o DEUS que faz concerto, que entrou num relacionamento exclusivo com Israel, requer que seu povo obedeça aos seus mandamentos, como  parte de um compromisso de relacionamento mútuo. (2) O pecado e o arrependimento. Os profetas do AT compartilhavam da tristeza de DEUS diante da contínua desobediência, infidelidade, idolatria e imoralidade de  seu povo segundo o concerto. E falavam palavras severas de justo juízo contra os transgressores. A mensagem dos profetas era idêntica a de João Batista e de CRISTO: “arrependei-vos, senão igualmente perecereis”.
 Prediziam juízos catastróficos, tal como a destruição de Samaria, pela Assíria (e.g. Os 5.8-12; 9.3-7; 10.6-15), e a de Jerusalém por Babilônia (e.g., Jr 19.7-15; 32.28-36; Ez 5.5-12; 21.2, 24-27). (3) Predição e  esperança messiânica. (a) Embora o povo tenha sido globalmente infiel a DEUS e aos seus votos, segundo o concerto, os profetas jamais deixaram de enunciar-lhe mensagens de esperança. Sabiam que DEUS cumpriria os ditames do concerto e as promessas feitas a Abraão através de um remanescente. No fim, viria o Messias, e através dEle,  DEUS haveria de ofertar a salvação a todos os povos. (b) Os profetas colocavam-se entre o colapso espiritual de sua geração e a esperança da era messiânica. Eles tinham de falar a palavra de DEUS a um povo  obstinado, que, inexoravelmente rejeitavam a sua mensagem (cf. Is 6.9-13). Os profetas eram tanto defensores do antigo concerto, quanto precursores do novo. Viviam no presente, mas com a alma voltada para o  futuro.

 OS FALSOS PROFETAS. Há numerosas referências no AT aos falsos profetas. Por exemplo: quatrocentos falsos profetas foram reunidos pelo rei Acabe (2Cr 18.4-7); um ESPÍRITO mentiroso achava-se na boca  deles (2Cr 18.18-22). Segundo o AT, o profeta era considerado falso (1) se desviasse as pessoas do DEUS verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt 13.1-5); (2) se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria,  bruxaria e coisas semelhantes (ver Dt 18.10,11); (3) se suas profecias contrariassem as Escrituras (Dt 13.1-5); (4) se não denunciasse os pecados do povo (Jr 23.9-18); ou (5) se predissesse coisas específicas  que não cumprissem (Dt 18.20-22). Note que os profetas, do novo concerto não falavam de modo irrevogável e infalível como os profetas do AT, que eram a voz primacial de DEUS no que dizia respeito a Israel. No  NT, o profeta é apenas um dos cinco dons ministeriais da igreja. Os profetas no NT tinham limitações que os profetas do AT desconheciam (cf. 1Co  14.29-33), por causa da natureza multifacetada e interdependente do ministério nos tempos do NT .

INTERAÇÃO
Sobre o chamado de Elias - como ele se deu (onde e quando)  - as Escrituras silenciam. Em contrapartida, a Bíblia mostra um Elias ousado, temente a DEUS e pronto para realizar a vontade divina. Isso é fruto de uma verdadeira vocação divina. O verdadeiro chamado nasce no coração. Ele arde como chama interior. Porém, se desenvolve para muito além do recôndito da alma. O chamado de DEUS na vida de uma pessoa também floresce publicamente. Vai além da família e da igreja local. Esse chamado que inunda à alma, a igreja reconhece, a liderança confirma e DEUS usa. Afinal de contas, qual é o seu chamado?

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever a vocação e a chamada de Elias.
Compreender como se deu a atuação do profeta Elias.
Destacar o papel de Elias junto a monarquia e nas Escrituras.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, para concluir a lição desta semana, sugerimos uma atividade prática. Você vai precisar de papel ofício e caneta. Distribua-os à classe. Em seguida solicite a cada aluno para que escreva o que mais gostam de fazer na vida. Logo após, pergunte se o que apontaram tem haver com o chamado pessoal de DEUS. Conclua a atividade explicando o quanto eles precisam considerar o chamado do Eterno nas esferas de suas vidas. Afirme que tal chamado pode ou não se dar na esfera eclesiástica, mas também na "secular".