quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Lição 14 - A vida plena nas aflições


INTRODUÇÃO
            No decorrer deste trimestre estudamos diversos de tipos de sofrimentos e aflições que afetam a humanidade, tais como: enfermidade, morte, viuvez, dívidas, rebeldia dos filhos, abandono, dentre outros. Vimos também que o cristão não está imune a essas adversidades, pois, como disse o próprio Senhor Jesus: “No mundo tereis aflições...” (Jo 16.33). Nesta lição, veremos o significado de vida plena na aflição; exemplos bíblicos de aflições; a perspectiva paulina do consolo e alegria em meio ao sofrimento; e, finalmente, como desfrutar de uma vida plena nas aflições.

I – DEFINIÇÃO DE AFLIÇÃO E VIDA PLENA
            O termoaflição no grego é “Kakoucheõ” que significa: “sofrer infortúnio, ser maltratado” (Hb 11.25; 11.37; 13.3). A palavra “Kakopatheõ” que quer dizer: “sofrimento, adversidade, padecer” (2Tm 1.8; 2.9; 4.5; Tg 5.13); e “Kakopatheia” pode ser definida como: “aflição, maltrato, angústia” (At 7.34; Rm 8.18; 1Pe 1.11; 5.1; Hb 2.9; 2Co 1.5; Fp 3.10; 1Pe 4.13; 5.1). Já o termo vida plena tem o sentido devida abundanteque significa “superabundante” e diz respeito a qualidade de vida que é oriunda de Cristo - a fonte (Jo 4.14; 14.6; Rm 6.4; 7.6; Ap 21.6). Portanto, vida plena nas aflições significa desfrutar de paz, alegria e, principalmente, da presença de Cristo, mesmo no sofrimento, pois, como disse o Senhor Jesus: “...Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10.10).
II - EXEMPLOS BÍBLICOS DE AFLIÇÕES
            Encontramos nas Sagradas Escrituras diversos exemplos de servos de Deus que enfrentaram adversidades e aflições. Vejamos alguns:
·         José. Até tornar-se governador do Egito, sofreu inveja por parte dos seus irmãos, foi lançado em uma cisterna, vendido como escravo, caluniado e preso injustamente (Gn 37-45);
·         Noemi. Ela perdeu seu esposo e seus filhos (Rt 1.1-5). Sua dor e tristeza foi tão profunda que chegou a pedir que lhe chamassem de Mara, que significa “amargosa” (Rt 1.20); 
·         Jó. Apesar de ser um homem sincero, reto, temente a Deus, e desviar-se do mal, por permissão divina, perdeu todos os seus bens, seus filhos, e até mesmo a sua saúde (Jó 1.13-2.8);
·         Jeremias. Foi escolhido por Deus para o ministério profético, mas, foi rejeitado por sua família, pelos sacerdotes e pelo povo judeu (Jr 12.6; 20.2; 26.8,9); foi afrontado pelos falsos profetas (Jr 23.9-4028.1-17); foi ferido e colocado em um cepo (Jr 20.1,2), colocado na prisão (Jr 37.15,16) e, posteriormente, em um calabouço (Jr 38.6);
·         Jesus. Mesmo sendo o Filho de Deus, Ele experimentou diversos tipos de sofrimento. Ele nasceu em uma estrebaria (Lc 2.1-7); ainda quando criança, precisou fugir para o Egito, para escapar da morte (Mt 1.13-18); foi desacreditado, não só pelos judeus (Jo 1.11), mas, até mesmo pelos seus irmãos (Jo 7.5); durante o seu ministério, foi acusado e perseguido pelos sacerdotes, escribas e fariseus (Mt 12.24; 21.15; Mc 11.18; 14.1; Lc 19.47; 20.1); além disso, Ele foi preso, julgado, condenado e morto, mesmo sem haver cometido crime algum (Mt 26.47-27.56; Mc 14.43-15.41; Lc 22.47-23.48; Jo 18.1-19.37);
·         Paulo. Enfrentou diversos tipos de aflições, tais como:  insulto (At 13.45); apedrejamento (At 14.19,20); açoites e prisões (At 16.22,23); naufrágio, fome, sede, frio e nudez (II Co 4.8-9; 11.16-33).
III – PERSPECTIVA PAULINA SOBRE O CONSOLO E ALEGRIA EM MEIO AO SOFRIMENTO
            A Bíblia nos mostra claramente que o servo de Deus não está imune às tribulações. Mas, ensina também que podemos obter regozijo e consolo divino, mesmo em meio às aflições da vida, como veremos a seguir:
·         Paulo sabia muito bem o que era padecer, pois, como vimos anteriormente, ele enfrentou diversos tipos de aflições. No entanto, tinha convicção que jamais seria desamparado: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos(II Co 4.8,9);
·         Paulo ensina também que é possível o crente regozijar-se, mesmo em meio ao sofrimento:Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24). A Epístola aos Efésios, por exemplo, foi escrita quando Paulo estava preso em Roma (Fp 1.12,14). No entanto, ele não demonstra angústia, tristeza ou frustração; pelo contrário, é nesta carta em que ele mais demonstra o seu regozijo e alegria (Fp 1.4,18; 2.2,17; 3.1; 4.1,4,10);
·         O cristão que sofre por amor à Cristo, sem dúvida, experimentará também o consolo divino:“Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo” (II Co 1.5);
·         Mesmo em meio às tribulações, o apóstolo Paulo diz que estava cheio de consolação e transbordante de gozo:“Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em todas as nossas tribulações”  (II Co 7.4).
IV – COMO DESFRUTAR DE UMA VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES
            A Palavra de Deus nos ensina, não apenas sobre a possibilidade das aflições na vida do servo de Deus, mas, também, como devemos nos portar em meio ao sofrimento. Vejamos:
4.1 Confiando em Deus
·         O patriarca Jó, apesar de todas provações, demonstrou uma confiança inabalável em Deus, quando disse: “Ainda que ele me mate, nele esperarei... Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra... Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido”(Jó 13.15; 19.25; 42.2).
·         Davi experimentou muitas aflições, principalmente no período entre a unção e a aclamação como rei. Porém, nunca deixou de confiar no Senhor. Ele disse: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo... Ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria; ainda que a guerra se levantasse contra mim, nele confiaria” (Sl 23.4; 27.3).
4.2 Reconhecendo que Deus está no controle de tudo
·         José, filho de Jacó, era ainda muito jovem quando começou a ter sonhos (Gn 37.5-10). Possivelmente, ele entendeu que um dia exerceria liderança sobre a sua família. No entanto, sua trajetória até tornar-se governador foi marcada por aparentes fracassos. Mas, anos depois, ele pôde dizer aos seus irmãos:  “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós” (Gn 45.5).
·         Nos dias da rainha Ester, uma forca foi preparada para Mardoqueu (Et 5.14; 6.4), e um decreto foi assinado pelo rei, ordenando matar a todos os judeus (Et 3.8-15). Porém, Deus  já havia provido um meio para impedir tal calamidade (Et 4.14-7.10). Mardoqueu, então, foi honrado (Et 6.6-11; 9.3,4), seu inimigo feroz foi morto na mesma forca que havia preparado para ele (Et 9.25), e os judeus receberam autorização para se defenderem de seus inimigos (Et 9.1-25).
4.3 Sabendo que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus
·         O salmista disse que foi através da aflição que ele aprendeu a obedecer ao Senhor (Sl 119.67,71);
·         Após a provação, Jó reconheceu que teve uma experiência mais profunda com Deus (Jó 42.5);
·         Foi através do sofrimento que o filho pródigo lembrou-se da casa do pai (Lc 15.15-20);
·         O apóstolo Paulo disse que a tribulação produz paciência (Rm 5.3); e Tiago diz que a prova da fé produz paciência (Tg 1.2-4). Por estas e outras razões, o mesmo Paulo diz: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
4.4 Tendo esperança que um dia todo sofrimento terá fim
·         O Senhor Jesus prometeu vir nos buscar (Jo 14.1-3);
·         As aflições deste mundo não se comparam com a glória que nos será revelada (Rm 8.18);
·         Aqueles que são participantes das aflições de Cristo, se alegrarão e se regozijarão na Sua vinda (I Pe 4.12,13);
·         Quando Cristo voltar, seremos semelhantes a Ele, e teremos um corpo glorioso e incorruptível, imune às doenças (I Jo 3.1,2);
·         Nós habitaremos com Cristo, onde “... não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor...”(Ap 21.4).
CONCLUSÃO          
            Enquanto estivermos neste mundo, estamos sujeitos às provações, angústias e tribulações. A Bíblia ensina claramente que a vida cristã não nos isenta de adversidades. Porém, mesmo em meio ao sofrimento, podemos contar com o consolo divino. Mas, além disso, devemos confiar em Deus, reconhecer que ele está no controle de tudo, saber que tudo que ocorre em nossas vidas é para o nosso bem, e que um dia nós estaremos, enfim, livres de toda dor e sofrimento.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Lição 13 - A verdadeira motivação do crente


INTRODUÇÃO
            O que significa motivação? Quais as intenções que o salvo não deve ter em seu coração ao realizar o serviço para Deus e quais as que ele deve ter? Nesta lição, veremos estas questões que permeiam a vida cristã. Destacaremos ainda o grande evento do Tribunal de Cristo onde todos os salvos serão julgados pelo serviço que desempenharam em prol do Reino de Deus aqui na terra e da recompensa que receberão aqueles que procederam com amor e fidelidade.
I – O QUE SIGNIFICA MOTIVAÇÃO
            O dicionário diz que significa: “ato ou efeito de motivar; exposição de motivos ou causas; conjunto de fatores psicológicos de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo”. Já a palavra motivo do latim “motivu”, 'que move' quer dizer: “fim, intuito. Fica explícito que a palavra motivação alude a intenção, propósito ou objetivo com que fazemos as coisas. No contexto da nossa lição, diz respeito as intenções com que executamos a obra do Senhor.
II – COMO NÃO DEVEMOS FAZER A OBRA DE DEUS
2.1 Com má vontade.A expressão mal do grego “kakos” quer dizer: “tudo o que é mau em caráter, vil, desprezível”. Portanto, não podemos fazer a obra de Deus com má vontade. O apóstolo Paulo tinha esta consciência por isso disse: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio;mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada (II Co 9.16,17).
2.2 Com orgulho.O Aurélio define a palavra “orgulho” como “conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor próprio demasiado; soberba”. Do grego “alazonia” ou “alazoneia” que é traduzido em (I Jo 2.16)  por “soberba”. Este foi o sentimento que levou o querubim ungido a ruína (Is 14.13-19; Ez 28.13-19). Aqueles que desejam servir a Deus não podem fazê-lo com orgulho, pois a Bíblia nos exorta a termos cuidado com este sentimento (I Tm 3.6; Pv 16.18,19; Tg 4.6). Vejamos dois exemplos bíblicos de pessoas que agiram com orgulho e foram prejudicadas:
·         O Rei Nabucodonosor.Apesar de ter sido avisado divinamente por um sonho que foi interpretado pelo profeta  Daniel, que não deveria agir impiamente e se ensoberbecer (Dn 4.4-27). Após passado um ano, este rei agiu orgulhosamente e sofreu as consequências por isso (Dn 4.28-33).
·         O Rei Uzias. Deus o fez prosperar enquanto este o buscou (II Cr 26.4,5), porém seu coração se exaltou e ele intentou queimar incenso, função esta que cabia apenas ao sacerdote (II Cr 26.16), porém mesmo sob aviso, o rei agiu loucamente e recebeu a punição pelo seu pecado (II Cr 26.17-21).
2.3 Com o propósito de ser visto. Nosso Senhor Jesus Cristo, preveniu seus seguidores de não procederem como os hipócritas religiosos que entregavam suas esmolas e seus sacrifícios com a finalidade de serem vistos pelos homens e não por Deus, isto porque desevajam receber louvor (Mt 6.2,5; 23.5). Este foi o terrível erro de Ananias e Safira, pois eles haviam observado como Barnabé ficou bem visto pela congregação após doar de coração o valor da sua fazenda para os apóstolos administrarem               (At 4.36,37), de igual modo venderam sua propriedade, no entanto, combinaram entre si mentir quanto ao valor da venda, retendo assim parte do dinheiro, alegando ser o dinheiro todo (At 5.2), o que resultou em sentença de morte (At 5.4,5; 5.9,10).
III – COMO DEVEMOS FAZER A OBRA DE DEUS
            Vimos acima alguns motivos que não devem permear o coração de quem serve a Deus, todavia, veremos agora quais virtudes devem nos mover ou impulsionar ao serviço cristão. Vejamos algumas:
3.1 Com amor. O apóstolo Paulo diz que  amor é a principal das três virtudes cristãs (I Co 13.13), ele é também o fruto do Espírito no cristão (Gl 5.22). Portanto, tudo o que fazemos deve ter esta característica do fruto como motivação, senão, qualquer coisa que fazemos não terá valor: “... e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria (I Co 13.3b). Portanto, o apóstolo ainda diz: “Todas as vossas coisas sejam feitas com amor  (I Co 16.14).
3.2 Com humildade. O Aurélio diz que humildade é a virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza, limitação. Portanto, o servo de Deus que realiza a sua obra com êxito, não deve se gloriar jamais, pois reconhece as suas militações; e que os bons  resultados de tudo quanto faz ou executa para Deus deve glorificá-lo pois o seu prazer consiste em reconhecer a suficiência do poder do Espírito em seu trabalho e que deve proceder humildemente como ensina as Escrituras (Pv 15.33; 18.12; 22.4; Fp 2.3; Cl 3.12; I Pe 5.5).    
3.3 Como ao Senhor. A Bìblia nos ensina que devemos fazer as coisas prioritariamente para Deus (Ef 6.7; Cl 3.23), isto não significa dizer que fazendo para os homens, não estejamos fazendo para Deus (II Co 8.5). A Bíblia deixa claro que servindo aos homens de Deus com sinceridade de coração e não para sermos vistos, estamos fazendo para Ele (Fp 4.18). Eis alguns exemplos:
·         Samuel servia ao Senhor e a Eli:E o jovem Samuel servia ao SENHOR perante Eli; e a palavra do SENHOR era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta”.
·         Eliseu servia a Elias:“Então respondeu um dos servos do rei de Israel, dizendo: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que derramava água sobre as mãos de Elias  (II Re 3.11b).
·         Priscila e Áquila serviram ao apóstolo Paulo:“Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus     (Rm 16.3).
IV -  TRIBUNAL DE CRISTO: O JULGAMENTO DAS NOSSAS OBRAS
            Em (Rm 14.10), o apóstolo Paulo usa o termo grego “bema” que quer dizer “degrau”, que originalmenteindica uma plataforma elevada, usada pelos juízes em seus julgamentos formais.Isto ilustra o tipo de julgamento a que serão submetidos os crentes salvos, que biblicamente é denominado de Tribunal de Cristo (II Co 5.10). Neste tribunal, os salvos serão avaliados cada um segundo as suas obras. A expressão “obra” do grego “ergon”significa: “trabalho, ação, ato”. Logo, é extremamente importante ressaltar que apesar do cristão não ser salvo pelas obras (Ef 2.8,9), ele é salvo para as obras (Ef 2.10). Ali os remidos receberão da parte do Senhor o louvor ou a censura que merecer. Vejamos algumas características desse julgamento:
4.1 Esse julgamento será meticuloso. Neste julgamento cada um receberá “segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal”(II Co 5.10). A expressão “bem” do grego “agaton”, quer dizer algo “espiritual e moralmente bom ou útil aos olhos de Deus”, já o termo “mal” do grego “phaulos” significa: “sem valor, iníquo;  inclusive egoísmo, inveja e preguiça”. Nada ficará oculto (Rm 2.16). Tudo será julgado, especialmente os nossos motivos (I Co 4.5). O Aurélio diz que a expressão “meticuloso” significa: “que se preocupa com detalhes; minucioso, esmiuçador”. Portanto, o Senhor Jesus Cristo, julgará a obra de cada crente pela motivação com a qual foi feita, disto nos assegura o apóstolo Paulo: “...mas veja cada um como edifica sobre ele” (I Co 3.10). Confira ainda: (I Co 13.3; Cl 3.23,24;  Hb 6.10).  
4.2 Esse julgamento será reveladorA palavra “revelar” do grego “apokalypsis” significa “revelar, tirar o véu, descobrir”. Esta expressão implica o levantar de uma cortina para que todos possam ver o que está sendo mostrado. Segundo o apóstolo Paulo, será deste modo a avaliação da obra de cada salvo no Tribunal de Cristo: “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um” (I Co 3.13). A expressão “o fogo provará” diz respeito ao crivo que as obras passarão sob o olhar de Cristo que é como chamas de fogo                (Ap 1.14), que fala da sua onisciência, pois Ele tudo vê, conhece, perscruta e que diante dEle todas as coisas estão nuas e patentes (Hb 4.13).
4.2.1 Obras sem valor. O apóstolo diz que as obras feitas com intenções erradas podem ser comparadas a “... madeira, feno, palha (I Co 3.12). Assim como estes materiais ao serem colocados no fogo são destruídos, de igual modo, as más intenções por trás das obras tornarão elas inúteis, todavia, mesmo o crente sendo reprovado pelo seu trabalho, não deixará de ser salvo             “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (I Co 3.15). 
4.2.2 Obras com valor. O trabalho desenvolvido pelo salvo com motivos nobres será assemelhado a “...ouro, prata, pedras preciosas...” (I Co 3.12). Estes elementos quando postos ao fogo, não se destroem, porque são duradouros, por isso o apóstolo Paulo compara com as boas obras praticadas pelos salvos, que quanto analisadas aos olhos de Cristo não se destruirão, antes permanecerão: “Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão” (I Co 3.14). 
4.3 Esse julgamento será recompensadorEssa recompensa refere-se ao galardão, expressão do grego “misthos” que significa: “salário, arrendamento”. Somente receberão, aqueles que trabalharam com amor no serviço do Senhor em prol do Reino de Deus (Ap 22.12). Não se sabe ao certo em que eles consistem, no entanto, temos a certeza de que ultrapassará a compreensão humana (I Co 2.9).
CONCLUSÃO
            Vimos nesta lição, como é importante antes de executarmos alguma obra para Deus, avaliarmos as reais intenções que nos impulsionam a fazê-la. Visto que, ainda que a atitude seja boa, se a motivação for ruim, não receberemos a recompensa. Todavia, se agirmos fielmente e impulsionados pelo amor, nas obras que Deus preparou de antemão para que andássemos nelas, ouviremos o louvor que vem de Deus (I Co 4.5).  

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Lição 12 - As dores do Abandono


INTRODUÇÃO
            O que significa a palavra abandono? Quais as ocasiões em que poderemos sofrer este agravo? Nesta lição, veremos estas e outras questões que podem ocorrer na vida de qualquer pessoa, inclusive cristã. Pontuaremos ainda que o crente poderá sofrer abandono após aceitar a fé em Cristo Jesus, por parte dos seus familiares e amigos, porém deve permanecer firme, sabedor de que nosso Senhor Jesus prometeu recompensa aqueles que O amarem acima de qualquer coisa. Por fim, destacaremos ainda que o crente poderá, em situações de rejeição, encontrar guarida em Deus, na Igreja e com os irmãos.
I –  DEFINIÇÃO DA PALAVRA ABANDONO
            O Aurélio diz que a palavra abandonar significa: “deixar; largar”. Do grego “apotassõ” que primeiramente quer dizer: “pôr a parte, rejeitar (formado de apo, “de, para fora de”, e tasso, “organizar”). Também significa: “despedir-se” (Mc 6.46); “renunciar, abandonar” e  “renunciar a tudo quanto tem” (Lc 14.33). Logo, podemos entender que o termo abandonar indica um desprezo dado alguém por algum motivo e em alguma circunstância. Na abordagem desta lição a expressão abandonar indica a ação que o crente poderá sofrer em algum momento específico da sua vida ou até por sua fé.
II – OCASIÕES ESPECÍFICAS DE ABANDONO
2.1 Na enfermidade. Já vimos numa das lições estudadas, que o crente enquanto estiver no mundo, poderá sofrer enfermidades (Jo 16.33). Estando doente, ele poderá sofrer abandono por parte daqueles que o cercam. Com certeza, a falta de amor, será o grande motivo. No entanto, mesmo nessa condição o cristão não estará só, pois Deus o assiste nessa situação difícil: “O SENHOR o sustentará no leito da enfermidade; tu o restaurarás da sua cama de doença”                       (Sl 41.3). Sem dúvida, Deus pode visitar o servo lhe fazendo companhia, porém Ele também o pode executar através das campanhas de visitas que há na igreja, para auxiliar os que encontram-se nesta situação, a fim de que saibam que a igreja local pode lhe ajudar, não apenas em oração, mas também na visita e assistência social.
2.2 Na terceira idade. Normalmente, uma pessoa atinge a faixa da Terceira Idade entre os 60 e 70 anos. Nesse momento da vida, surgem dificuldades físicas, mentais, econômicas, interpessoais e existenciais. Por isso Davi orou pedindo o auxílio de Deus nessa fase da vida “Agora também, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus...” (Sl 71.18-a). O próprio Deus prometeu auxiliar na velhice (Is 46.4). O apóstolo Paulo ensinou que os filhos devem exercer piedade com seus familiares e não abandoná-los em momentos de necessidade: “Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus. (I Tm 5.4). A Escritura nos mostra a atitude que tomou Orfa, deixando a sua sogra Noemi (Rt 1.14), e o comportamento de Rute que comprometeu-se em ajudá-la (Rt 1.16-18).
2.3 Na provação. Às vezes a própria provação na vida do crente inclui o abandono, como no caso de José. A Bíblia diz que seus próprios irmãos o venderam como escravo para o Egito “Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito” (Gn 37.28). Agora longe dos pais e abandonado pelos seus irmãos, este servo do Senhor encontrava-se em terra estranha. No entanto, ele não estava só: “E o SENHOR estava com José...” (Gn 39.2-a).
2.4 Na queda espiritual. Não podemos ignorar que o crente, por falta de vigilância, poderá vacilar e cair em pecado             (Mt 26.41; I Pe 5.8).Numa situação dessas é comum que se sinta abandonado por Deus (Sl 32.5; 51.11), e pelos que lhe cercam. Todavia, assim como Davi, ele deverá imediatamente procurar o auxílio divino (Sl 51.1-10),da liderança da igreja e dos irmãos, a fim de ser tratado e reerguer-se espiritualmente (Ec 4.10), pois, todo o corpo de Cristo sofre quando um membro padece: “De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecemcom ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele (I Co 12.26).
III – O ABANDONO POR CAUSA DA FÉ
            A vida cristã trás inúmeros benefícios (Ef 1.3). Porém, não podemos ignorar que o sofrimento acompanha o verdadeiro discípulo: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” (Mt 16.24). Entre as aflições que o crente poderá experimentar encontra-se o abandono. A decisão por seguir a Cristo poderá causar divisões, pois o próprio Jesus preveniu seus discípulos a cerca do que poderia sobrevir aqueles que o seguissem (Mt 10.22). Isto não quer dizer que a atitude de abandonar partirá do crente, mas do incrédulo. Eis abaixo alguns tipos de abandono que podemos sofrer após a conversão:
3.1 Abandono familiar.Em alguns casos, ser crente custará o abandono dos parentes (Lc 12.52,53). Se percebe claramente, nestas palavras que Jesus está exigindo lealdade e compromisso, pois às vezes temos de escolher entre segui-lo e manter outros relacionamentos (Mt 10.37,38). Com certeza, nós conhecemos alguns casos de filhos que após aceitarem a Jesus como Salvador, foram expulsos de suas casas; ou de maridos que abandonaram suas esposas. Isto é aborbado por Paulo na carta aos coríntios (I Co 7.15). Em países onde predomina a religião islâmica, a conversão de um membro da família, poderá resultar em extrema perseguição e abandono por parte dos parentes. 
3.2 Abandono dos amigos.Sem dúvida alguma, muitos de nós já experimentamos como é difícil perceber que os colegas e amigos com os quais convivíamos na escola, no trabalho, no bairro onde moramos optaram por afastar-se de nosso convívio e excluir-nos porque nos tornamos crentes “E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues...” (Lc 21.16). É até normal que isso aconteça porque existe uma grande diferença entre ambos (II Co 6.14,15). O conselho dos incrédulos e ímpios, não servem mais, nem andamos mais no seu caminho e nos agradamos de sua conversa                     (Sl 1.1-3). É evidente que isto não significa dizer que a Bíblia está dizendo que ser crente é ser antipático ou antisocial, pelo contrário, pois, Jesus disse: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17.15).
3.3 Arecompensa.Jesus alertou sobre o preço de segui-lo (Lc 9.23), mas, também deixou claro que recompensaria aqueles que, por amor do seu nome, viessem abrir mão de alguma coisa: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna” (Mt 19.29). Portanto, de Cristo, podemos esperar mais do que merecemos ou que podemos imaginar, é isto o que se pode extrair da expressão “cem vezes tanto”, que diz respeito a uma recompensa terrena, como por exemplo: o cristão que foi rejeitado por sua família e amigos, por causa de Cristo, será galardoado aqui na terra por passar a fazer parte de uma família muito maior: a espiritual, que é a Igreja (Ef 2.19). E, se não bastasse, por fim, receberá a vida eterna (Mc 10.30; Lc 18.30).
IV – ONDE O CRENTE PODE ENCONTRAR GUARIDA
4.1 Em Deus. Quandoo crente se sentir abandonado em alguma circunstância, não deve se desesperar, porque, Deus é a primeira pessoa a quem podemos buscar (Sl 46.1). Disso tinha certeza Davi, por isso confessou: “Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me recolherá”  (Sl 27.10). O apóstolo Paulo, em seu julgamento, havia sofrido abandono (2 Tm 4.10; 16), no entanto, reconheceu que Deus estava com ele “Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me...” (II Tm 4.17-a). No grego o termo “assistir” é “paristemi”que significa: “pôr ao lado, pôr-se ao lado, representar”. A alusão é ao advogado ou testemunha que se põe ao lado de um acusado qualquer e o defende. Afinal de contas, o Senhor, é o amparo dos órfãos e das viúvas (Jr 49.11); Ele disse que não deixaria o seu povo órfão, mas que enviaria outro Consolador (Jo 14.16-18) e prometeu estar conosco todos os dias (Mt 28.20).
4.2 Na Igreja. Nenhum ambiente depois da família, vive em tão perfeita comunhão como a Igreja. Essa comunhão éo vínculo espiritual estabelecido pelo Espírito Santo entre os que receberam a Cristo como seu único e suficiente Salvador (Ef 4.3; Cl 3.14). Tendo como base o amor, esse vínculo faz com que os crentes sintam-se ligados num só corpo, do qual Cristo é a cabeça (Ef 4.15). É nesse ambiente de amor que os que foram marginalizados no mundo, após converterem-se desfrutam da companhia dos santos, e passam a ser considerados irmãos (Rm 1.13; I Co 1.10; Gl 1.2; Ef 6.10; Fp 1.12).
4.3 Nos irmãos. Sem dúvida alguma, não há consolo mais perfeito que o de Deus (Is 49.15), todavia, tal fato não deve nos levar a esquecer de nossa responsabilidade pessoal de prover ajuda aos nossos irmãos em necessidade. Afinal de contas, Deus também usa pessoas para nos consolar, como fez com Paulo, usando Tito para assisti-lo em sua necessidade:             “Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro. Mas Deus, que consola os abatidos,nos consolou com a vinda de Tito (II Co 7.6).   
CONCLUSÃO
            Enquanto estivermos no mundo poderemos sofrer abandono seja na enfermidade, terceira idade, provação, ou por causa da nossa fé. Contudo, quando nos sentirmos sós, podemos nos amparar em Deus que nos deu o Consolador, do grego “parakletos” que significa literalmente “chamado para o lado de alguém”, ou seja, sugere a capacidade para prestar ajuda. Logo, pior do que ser abandonado pela família e por amigos, seria ser rejeitado por Deus. Mas, se a Sua presença está conosco teremos descanso: “Disse pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar”  (Êx 33.14).

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Lição 11 - Inveja, um grave pecado


INTRODUÇÃO       
            Nesta lição, veremos que a  inveja está  ligada diretamente com as obras da carne (Gl 5.19-20, 5.26; Rm 1.29; 2Co 12.20;                 Tg 3.14, 4.1-2; 1Pe 2.1). Como disse Tomás de Aquino: “A inveja é o desgosto pelo bem alheio”. (Is 14.12-20; Ez 28 13-19). Este sentimento é a tendência de observar com desprazer o bem alheio, mesmo sem, de maneira alguma, depreciá-lo. Veremos também alguns exemplos bíblicos de inveja como obra da carne, seus efeitos maléficos e como evitá-la

                                                                                                                                                                                                                                                                      
I – DEFINIÇÃO DO TERMO INVEJA
            O Dicionário Vine a define como sendo: "um princípio ativo de hostilidade dirigido maliciosamente a outra pessoa". Esse mesmo dicionário define que: "a inveja originou-se da fracassada tentativa de Satanás de usurpar os atributos divinos". Inveja é um misto de ódio, desgosto e pesar pelo bem e felicidade de outrem; é o desejo violento de possuir o bem do próximo. No hebraico a palavra “qinah” significa “inveja”. Essa expressão é aplicada por quarenta e duas vezes no AT (Jó 5.2; Pv 14.30; Ec 4.4; Is 11.13; Ez 35.11). No grego é a palavra“phithónos”. Esse vocábulo ocorre por nove vezes (Mt 27.18; Mc 15.10; Rm 1.29; Gl 5.21; Fl 1.15; 1Tm 6.4; Tt 3.3; Tg 4.5; 1Pe 2.1). A inveja é sempre um sentimento negativo, ao passo que o zelo (gr. zélos) pode ser negativo ou positivo. A palavra portuguesa para inveja vem do latim“invidere” que significa: “olhar contra”, ou seja, olhar para alguém de modo contrário.   
II – A INVEJA E AS OBRAS DA CARNE
            A inveja é perniciosa para qualquer pessoa, pois, ela está ligada diretamente com a carnalidade e é uma das maiores demonstrações de mesquinharia humana, causada pelo pecado (Gl 5.19-20). "O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a INVEJA é podridão para os ossos."(Pv 14.30). Podemos dizer que a inveja sempre envolve um sentimento maléfico de ressentimento pelo sucesso do outro. Ninguém é beneficiado por ela. Quem a tem não consegue andar para frente, pois seu tempo é ocupado em procurar ser alguém que não é, em fazer de tudo para impressionar as pessoas, e até mesmo tentar privar o invejado daquilo que ele possui.
2.1 Obras da carne. A expressão carne vem do “gr. sarx”,  é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Por isso, essa obra da carnal e pecaminosa precisa ser resistida e mortificada diariamente numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14;  Gl 5.17). As obras da carne incluem: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, INVEJAS, homicídios, bebedices e glutonarias (Gl 5.19-21).
            As palavras finais do apóstolo Paulo sobre as obras da carne são severas e enérgicas. Quem se diz crente em Jesus e participa dessas ações iníquas e malignas exclui-se do reino de Deus. “Aqueles que praticam as obras da carne NÃO poderão herdar o reino de Deus (Gl 5.21).
III –  PERSONAGENS BIBLICOS QUE FORAM CONTAMINADOS PELA INVEJA
Temos ciúmes ou zelo (gr. zélos) do que é nosso, mas, quando este sentimento é direcionado ao que é do próximo é inveja (gr. qinah). A inveja causa devastações sem fim e estraga o caráter do homem. A Bíblia relata vários casos de personagens que foram acometidos por este mal. Como já vimos, este desejo violento de possuir o bem alheio ou o pesar pelo bem ou felicidade de outrem é pecado (Gl 5.26). Vejamos alguns exemplos:
3.1Lúcifer.A inveja tende a achar guarida entre os que estão próximos. A quem diga que: "a inveja é um vício da proximidade". Ela,originou-se da fracassada tentativa de Lúcifer de querer possuir os atributos divinos. Não é demais, portanto, dizer que a inveja originou-se em Satanás.(Is 14.12-20; Ez 28 13-19).
3.2Caim. Foi o primeiro exemplo de uma pessoa atingida pela inveja e por suas consequências. O homicídio cometido por ele nasceu deste sentimento que nutria por seu irmão Abel. O invejoso poder torna-se uma pessoa cheia de ira, amargura e homicida. "E o SENHOR disse a Caim: Por que te iraste? E porque descaiu o teu semblante? E levantou Caim contra seu irmão Abel e o matou"(Gn  4.6-8).
3.3 Os Filisteus. "E semeou Isaque naquela mesma terra, e colheu naquele mesmo ano cem medidas, porque o SENHOR o abençoava. E engrandeceu-se o homem, e ia enriquecendo-se, até que se tornou mui poderoso. E tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam. (Gn 26.12-14).
3.4Raquel. "Vendo Raquel que não dava filhos, teve inveja de sua irmã, e disse a Jacó: Dá-me filhos, se não morro." (Gn 30. 1).
3.5 Os irmãos de José. "Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai porém guardava este negócio no seu coração."  (Gn 37.11). "E os patriarcas,movidos de inveja, venderam José para o Egito; mas Deus era com ele."  (At 7. 9).
3.6 Saul.  Sentimentos de insegurança e inferioridade podem provocar a inveja."E as mulheres, tangendo, respondiam umas às outras e diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares. Então, Saul se indignou muito, e aquela   palavra pareceu mal aos seus olhos; e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino? E, desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi em suspeita" (1Sm 18.5-11).
3.7 Os fariseus.A ganância por fama também pode trazer a inveja. "Porque ele (Jesus) bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado."  (Mc 15.10).
3.8 Os saduceus."E, levantando-se o sumo sacerdote, e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja,"  (At 5.17).
3.9 Os judeus."Mas os judeus desobedientes, movidos de inveja, tomaram consigo alguns homens perversos, dentre os vadios e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para junto do povo."  (Atos 17.5). "Muitos dos irmãos no Senhor[...]Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia..." (Fp 1.14-18).
IV – OS EFEITOS DA INVEJA
            Nos Dez Mandamentos, a Bíblia usa o termo"cobiçar", que é um sinônimo para "invejar" (Êx 20.17). Deus colocou a inveja como um dos dez pecados mais graves. Ela surge como um vulcão que irrompe no coração das pessoas. Provoca uma reação em cadeia de atos que visam ofuscar a alegria e o prazer daquele que está sendo abençoado. Analizemos alguns efeitos destruidores deste malígno sentimento:
4.1 Ainveja mata.Ela é como um veneno que mata aos pouco. Ela trouxe ao coração de Caim a ira descontrolada, autocomiseração, o ódio mesclado com o desgosto, e a morte (Gn 4.1-5.).
4.2 AInveja faz adoecer. Aciência médica afirma que a maior porcentagem de doenças são de origem psíquico, isto é, da mente, da alma. Mas, admitem eles, que a doença da "psique" é fator decisivo para transformar uma doença imaginária em doença real no corpo físico (Pv 14:30). Age como um câncer, pois a podridão dos ossos nada mais é do que a ação do câncer que “devora” o físico da pessoa. A inveja faz adoecer a mente e a alma!
4.3 Ainveja aprisiona. Este sentimento gera crueldade, ódio e perseguição (Mt 27.18; Mc 15.10; At 5.17). Tanto os fariseus quanto os saduceus sabiam que Jesus era inocente das acusações.
4.4 Ainveja traz mentira. Ela leva as pessoas às raias da calúnia, da insensatez, da mentira. No texto de Pv 6.6-19, encontramos sete coisas abominadas pelo Senhor. Delas, três se relacionam com a língua: a língua mentirosa, a testemunha falsa, e o que semeia contenda entre os irmãos. As três são filhas da inveja!
4.5 AInveja destrói. Cruel é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à inveja? (Pv 27.4).
V – COMO EVITAR A INVEJA
            Pode ser que exista algum crente fiel, que em dado momento de sua vida ele tenha sentido "desprazer" pelo sucesso de outro crente. Isso pode acontecer com qualquer pessoa, pois ter nascido de novo não nos isenta de sermos assaltados por sentimentos incompatíveis com nossa posição em Cristo. Gálatas 5:26 diz: “Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros,invejando-nos uns aos outros”. O que posso fazer para evitar este mal?
5.1 Reconhendo minha posição no corpo de Cristo. Quando reconheço que a minha posição no corpo de Cristo é importante independentemente de ser "mão", "pé", "perna" "olho", "boca" ou "braço", compreendo que esta função foi uma escolha divina e que todos "os membros" são importantes e fazem parte deste mesmo corpo com funções diferentes. (1Co 12 12-17).
5.2 Buscando ter comunhão com todos. Do grego “Koinonía” que significa “companheirismo”. É o  “Vínculo de unidade fraterna, mantido pelo Espírito Santo, que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Cristo Jesus” (II Co 13.13; I Jo 1.3). Este substantivo ocorre por dezoito vezes nas Escrituras (At 2.42; I Co 1.9; Gl 2.9) e tem o sentido de “partilhar de alguma coisa” (At 2.42; Rm 11.7; II Co 8.23; Gl 2.9;  Fp 1.7; I Pe 5.1; I Jo 1.3); e “participar com algo” (II Co 9.13; Fp 1.5; Rm 15.26; At 2.44; 4.32). Tendo como base o amor, esse vínculo faz com que os crentes sintam-se ligados num só corpo, do qual Cristo é a cabeça.
5.3 Amando aos irmãos.“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita,não suspeita mal”(1Co 13.4-5).
5.4 Buscando sabedoria do Alto.Mas, se tendes amarga inveja,e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.  Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. (Tg 3.14-15).
5.5  Vivendo satisfeito com o que Deus tem nos dado. A Bíblia nos diz que devemos viver satisfeitos com o que temos, pois Deus nunca vai nos deixar ou abandonar.“Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13.5). "Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho."  (Fl 4.11).
5.6 Buscando primeiro o Reino dos céus. "Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."  (Mt 6.33; Lc 12.31).
CONCLUSÃO
            Aprendemos nesta lição que a Bíblia identifica a inveja como sendo algo muito grave, igualando-a até a gravidade do "homicídio, da contenda, do engano e da malícia" (Rm 1.29). A Bíblia também equivale a inveja com "os maus pensamentos, a imoralidade sexual, roubo, assassinato, adultério, cobiça, maldade, falsidade, lascívia, calúnia, arrogância e insensatez." (Mc 7:21). Embora muitas pessoas tentam sugerir que a inveja não é um grande mal, a Bíblia nos diz claramente o contrário. No entanto, como luz e sal do mundo devemos agir diferente. Alegrando-se com os que se alegram e chorando com os que choram (Rm 12.15).